Economia

Mapa interativo mostra todas as relações que o Brexit pode afetar

44% de todos os bens e serviços exportados pelo Reino Unido vão para a União Europeia, um mercado difícil de substituir

Castelo de areia com as bandeiras do Reino Unido e da União Europeia (Brexit) (Christopher Furlong/Getty Images)

Castelo de areia com as bandeiras do Reino Unido e da União Europeia (Brexit) (Christopher Furlong/Getty Images)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 27 de fevereiro de 2017 às 07h00.

Última atualização em 27 de fevereiro de 2017 às 10h23.

São Paulo - A primeira-ministra britânica Theresa May já indicou que deve disparar o artigo 50 do Tratado de Lisboa até o final de março.

Com isso, começa o processo de saída do Reino Unido da União Europeia, que deve durar dois anos ou mais.

Ninguém sabe que tipo de acesso os britânicos continuarão tendo ao mercado comum europeu depois disso, mas a negociação certamente será dura.

Em um estudo sobre o tema, o economista Angus Armstrong prevê um acordo final "que não satisfaz ninguém mas com o qual todo mundo pode viver".

Uma vantagem do Brexit é que ele permite aos britânicos celebrar acordos bilaterais próprios, e o ministro de comércio Liam Fox diz que as negociações já começaram com 12 países.

"Estamos conduzindo avaliações de comércio com uma série de países para ver como podemos remover as barreiras para comércio e investimento para benefício mútuo", escreveu em coluna para o Daily Telegraph.

Mas essa é um processo monumental, que exige muito tempo, grandes equipes e talvez não seja suficiente.

"Claro que acordos bilaterais serão feitos eventualmente, mas não devemos nos iludir sobre quanto tempo isso vai demorar e até que ponto esses novos acordos serão capazes de substituir o acesso à União Europeia", disse Thomas Harris, ex-embaixador do Reino Unido na Coreia do Sul e ex-vice-presidente do banco Standard Chartered, segundo o Business Insider.

44% de todos os bens e serviços exportados pelo Reino Unido vão para a União Europeia.

Essa proporção já foi até maior, mas a queda foi mais em bens do que em serviços - onde o Reino Unido é forte (pense no setor financeiro) e que depende mais de acesso privilegiado.

Todo o fluxo comercial do Reino Unido pode ser visualizado de forma bem completa em um mapa interativo criado recentemente pelo Escritório Nacional de Estatísticas do país.

Escolhendo um parceiro comercial, você pode ver as importações e exportações entre 1999 e 2015 (aqui em versão maior):

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