Ministro defendeu que o governo tem tomado medidas "mais estruturais", que vão reduzir os custos do setor produtivo (Brazil Photo Press/AFP)
Da Redação
Publicado em 30 de novembro de 2012 às 12h46.
São Paulo - Mesmo dizendo-se "surpreso" com o mau desempenho da economia no trimestre passado, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta sexta-feira que a economia está em trajetória de recuperação, apesar de não da maneira como se gostaria.
Mesmo assim, ele continuou defendendo que o Produto Interno Bruto (PIB) crescerá 4 por cento no próximo ano, uma vez que as medidas de estímulo adotadas pelo governo ainda não surtiram pleno efeito.
"Ninguém acertou (o resultado do PIB no trimestre passado). Acho que todo mundo se descuidou do setor de serviços. Mas posso afirmar que economia está em trajetória de aquecimento, embora não tanto como gostaríamos", afirmou Mantega a jornalistas.
A economia brasileira cresceu apenas 0,6 por cento no terceiro trimestre deste ano quando comparada com o segundo trimestre, metade do esperado pelo mercado, com a pior retração dos investimentos em mais de três anos e estagnação no setor de serviços.
Para piorar, o crescimento do segundo trimestre foi revisado para baixo, a 0,2 por cento, ante os 0,4 por cento divulgados anteriormente.
"Satisfeito"
O ministro se disse "satisfeito com a reação da economia brasileira", prometendo que as medidas adotadas pelo governo ainda vão surtir efeito ao longo dos próximos meses. Por isso, ele acredita que o PIB crescerá cerca de 1 por cento no quarto trimestre e 4 por cento em 2013, num "movimento difuso" de recuperação.
Para ele, o mau desempenho no trimestre passado veio sobretudo do setor de serviços, afetado pela atividade de Intermediação financeira, que recuou 1,3 por cento. Mantega ressaltou que isso ocorreu porque os bancos sentiram a queda nos spreads e, ao mesmo tempo, não compensaram com concessões de crédito.
O ministro também defendeu que o governo tem tomado medidas "mais estruturais", que vão reduzir os custos do setor produtivo. Ele acredita que o setor industrial, bastante afetado pela crise internacional e que mostrou recuperação no trimestre passado, está ganhando velocidade.