Economia

Mantega vê despesas com salário mínimo sob controle

Ministro da Fazenda lembrou que a regra para o salário mínimo está fixada até 2015 e, naquele ano, caberá discutir a nova regra para os próximos anos


	Guido Mantega: para o ministro, a recuperação mais consistente da economia mundial em 2015 permite um crescimento econômico maior do Brasil
 (Abr)

Guido Mantega: para o ministro, a recuperação mais consistente da economia mundial em 2015 permite um crescimento econômico maior do Brasil (Abr)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de abril de 2014 às 15h47.

Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta terça-feira, 15, que as despesas relacionadas ao salário mínimo estão sob controle.

"Temos visto que nos últimos anos temos dado reajustes (no valor do salário mínimo) e temos conseguido controlar o gasto de folha de pagamento. É uma despesa que está sob controle", afirmou.

Mantega lembrou que a regra para o salário mínimo está fixada até 2015 e, naquele ano, caberá discutir a nova regra para os próximos anos.

Mantega afirmou ainda que o Banco Central está fazendo uma política monetária contracionista. "Temos taxa de juros elevada, que está combatendo inflação e expectativas", disse.

"Não costumo fazer longos comentários sobre juros. O que o Banco Central está fazendo é adequado para manter inflação sob controle. E com superávit primário também estaremos colaborando para ancorar expectativas inflacionarias", completou.

Crescimento maior

Para o ministro, a recuperação mais consistente da economia mundial em 2015 permite um crescimento econômico maior do Brasil.

Segundo ele, a projeção de aumento do PIB no ano que vem, incluída na LDO de 2015, considera um cenário de crescimento maior da economia mundial.

Mantega disse que a recuperação mundial já está em curso, mas o processo estará mais consolidado em 2015.

"Com a recuperação da economia mundial, estamos considerando que haverá um crescimento gradual da economia brasileira. Um crescimento um pouco maior em 2015 do que 2014 vai nos permitir a reversão dos estímulos econômicos".


O ministro lembrou que o governo já iniciou a retirada desses estímulos concedidos durante a crise mundial, mas continuará nesse processo também em 2015 para garantir uma consolidação fiscal maior.

"Nós estamos passando de 2013 para 2014 com um crescimento maior dos países avançados e emergentes. Não há muita dúvida sobre essa trajetória. Estou voltando de reunião do FMI e do G20 e todos os meus colegas compartilham da recuperação do crescimento da economia mundial", afirmou.

Mantega destacou que a previsão de expansão do PIB esse ano é 2,5%, passando para 3% em 2015 e crescimento maiores nos anos seguintes porque haverá um ciclo ascendente da economia mundial.

Despesas e subsídios

O ministro argumentou que o compromisso de um esforço primário maior está ancorado, além do aumento das receitas decorrentes do crescimento da economia, no controle da despesa e na redução de subsídios.

Mantega foi questionado sobre as previsões do mercado para o crescimento da economia, que são menores do que os 3% projetados pelo governo federal.

"As projeções que falam em 2% para 2015 são bastante preliminares. Ninguém considera muito sustentáveis essas projeções. Eu prefiro me alinhar a projeções internacionais, que consideram a retomada da economia internacional em 2015", afirmou. "A projeção de crescimento de 3% para a economia brasileira é bastante realista", disse.


"Acho que os mercados estão otimistas em relação à retomada da economia mundial. Acabo de voltar de vários debates onde é unânime que há recuperação e que a crise está sendo superada. A dúvida é saber qual será o ritmo dessa recuperação. Que ela está em curso ninguém duvida e mercados acreditam nisso."

IPCA menor

Mantega calcula que a inflação medida pelo IPCA pode ser menor em 2015 se não houver inflação de alimentos, que ocorre neste momento.

"Tivemos aumento do preço de hortifrutigranjeiros, que se deve à seca. Também tem fatores sazonais. A boa noticia é que o aumento sazonal deste ano é menor do que o que houve em alimentos no ano passado", afirmou.

O ministro disse, ainda, que o governo espera que após abril ocorra refluxo da alta de preços dos alimentos.

"Os preços que aumentaram em março e abril deve ser reduzidos após abril, quando começa período melhor para a agricultura. Isso ocorre todos os anos", disse.

"Vamos esperar que no ano que vem tenhamos condições climáticas mais moderadas."

Acompanhe tudo sobre:economia-brasileiraGovernoGuido MantegaPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosSalário mínimo

Mais de Economia

BNDES firma acordo de R$ 1,2 bilhão com a Agência Francesa para projetos no Brasil

Se Trump deportar 7,5 milhões de pessoas, inflação explode nos EUA, diz Campos Neto

Câmara aprova projeto do governo que busca baratear custo de crédito