O principal temor do ministro é que a disputa por poder comece a prejudicar o funcionamento do maior banco brasileiro (Elza Fiúza/ABr)
Da Redação
Publicado em 1 de março de 2012 às 22h40.
Brasília - A briga por poder no Banco do Brasil e na Previ precisa acabar. A opinião é do ministro da Fazenda, Guido Mantega. Em tom mais duro do que o visto nos últimos dias, o ministro responsável pelos bancos federais disse que a disputa entre os presidentes do BB e do fundo de pensão "pode prejudicar" as duas casas e que, por isso, a briga "tem que acabar". Para Mantega, a crise nasceu por "fofocas".
"Essa crise é de fofocas porque, de fato, as duas instituições estão funcionando muito bem. Isso é que é importante para o governo", disse Mantega durante o anúncio de medidas para conter a queda do preço do dólar. Apesar de minimizar o alcance da crise que tem incomodado inclusive a presidente Dilma Rousseff, o ministro reconheceu que é preciso agir para acabar com a confusão. "Mas, enfim, vamos ter de lidar com isso."
O principal temor do ministro é que a disputa por poder comece a prejudicar o funcionamento do maior banco brasileiro e do maior fundo de pensão da América Latina, composto por funcionários do próprio BB. "A situação pode prejudicar e o governo não quer que a situação atrapalhe as instituições", argumentou.
Por enquanto, o governo diz que BB e Previ seguem a vida normalmente. Para Mantega, o BB apresenta "desempenho excelente" com resultados positivos, aumento do crédito, redução dos juros e rentabilidade elevada. "E a Previ também está cumprindo o seu papel".
Durante a entrevista, Mantega negou que a presidente Dilma tenha pedido a ele a saída de executivos das instituições como forma de acabar com a disputa de poder entre Aldemir Bendine, presidente do BB, e Ricardo Flores, principal executivo da Previ. "A presidente Dilma não pediu para fazer nenhuma demissão", desconversou Mantega.
Ontem, o jornal O Estado de S. Paulo publicou reportagem que revelou que Dilma mandou Mantega agastar o vice-presidente de governo do BB, Ricardo Oliveira, por causa da crise. Conhecido como "Ricardo Gordo", o executivo deve ser o primeiro dirigente a cair pela disputa cujo lance mais forte foi a divulgação de dados bancários de envolvidos.