Economia

Mantega prevê 2015 com mais chuva e menor pressão agrícola

Ministro destacou também que, há quatro meses seguidos, os preços vem caindo no atacado e que isso poderá refletir no varejo


	 Guido Mantega: "provavelmente, vai chover muito em 2015 e vocês reclamarão da chuva, e não da seca"
 (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Guido Mantega: "provavelmente, vai chover muito em 2015 e vocês reclamarão da chuva, e não da seca" (Antonio Cruz/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 28 de agosto de 2014 às 14h21.

Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, prevê “muita chuva” para 2015, o que, segundo ele, reduzirá a pressão sobre os preços dos produtos agrícolas e as tarifas de energia. O cenário vislumbrado pelo ministro seria diferente do deste ano, quando a seca foi um dos fatores que levaram ao aumento da chamada inflação dos alimentos e das tarifas de energia elétrica.

“Provavelmente, vai chover muito em 2015 e vocês reclamarão da chuva, e não da seca. O crescimento internacional vai ter uma melhoria, não só eu estou prevendo isso. [Sem a Copa do Mundo] teremos mais dias úteis e com menos pressão inflacionária”, disse Mantega.

O ministro destacou também que, há quatro meses seguidos, os preços vem caindo no atacado e que isso poderá refletir no varejo. Para Mantega, o governo não está acertando na mosca porque não há como fazer projeções totalmente corretas para o ano que vem.

“Não estamos acertando na mosca porque ninguém consegue ver isso com antecipação. O cenário será revisto, mas não vamos nos precipitar, vamos aguardar o fim do ano. O fato é que estamos tendo uma deflação em nível internacional e temos chance de fazer uma inflação menor do que a dos níveis atuais. Temos que apostar um cenário mais otimista, pois ele pode ser alcançado”, disse Mantega.

Sobre a possibilidade de alcançar a meta de superávit primário de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país) este ano, o ministro admitiu que é difícil. “Temos feito cortes e temos receitas extradicionárias, por exemplo”, explicou.

A proposta orçamentária para o ano que vem prevê superávit primário de 2,5% do PIB. Com abatimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o superávit primário pode ficar em 2% do PIB. “Está prevista a possibilidade de abatimento do PAC, mas não é obrigatório. É facultativo”, ressaltou Mantega. Ele destacou que o governo se esforçará para produzir superávit primário, “dando espaço para um política monetária mais flexível do Banco Central”.

De acordo com o ministro, no próximo ano, não haverá mais desonerações. “Na medida que a crise vai passando, vão se criando as condições para um [superávit] primário maior”, acrescentou.

Sobre os investimentos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, destacou o início de um novo ciclo no próximo ano, o que reduz o ritmo dos recursos aplicados. “Tem uma série de investimentos que vão estar em etapas intermediárias. É natural que, nesse novo ciclo, uma parte das ações esteja em estágio preparatório ou início de obra”, disse a ministra.

A previsão orçamentária para investimentos no PAC e no Programa Minha Casa, Minha Vida é R$ 65 bilhões, com crescimento 2,7%, em 2015, em relação ao Projeto de Lei Orçamentária de 2014.

“Além disso, estamos aumentando os investimentos de concessões e parcerias público-privados", enfatizou Mantega. Ele disse esperar o investimento privado cresça mais que o público. "O investimento é prioridade deste governo, só que em parceria com o setor privado”, explicou Mantega.

O orçamento total proposto para o próximo ano é R$ 2,86 trilhões – 89,7% para despesas obrigatórias e 10,3%, discricionárias.

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