Economia

Mantega: 'Não podemos dar liberdade para os mercados'

Ministro da Fazenda disse que governo vai tomar novas medidas para combater a inflação e diminuir a valorização do real

Guido Mantega: "Ouvimos as reclamações com satisfação" (Ueslei Marcelino/Reuters)

Guido Mantega: "Ouvimos as reclamações com satisfação" (Ueslei Marcelino/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de agosto de 2011 às 19h13.

Brasília - Com ironia, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje que vê com satisfação as críticas do mercado financeiro às medidas cambiais que limitam as operações com derivativos. "Foi eficaz. Tanto que doeu", disse. Segundo ele, os que criticam as medidas são aqueles que querem a liberalização para "fazer o que quiserem". Mantega aproveitou para reafirmar que o governo continuará tomando mais medidas no mercado de derivativos para combater a especulação.

"Ouvimos as reclamações com satisfação", disse o ministro, durante audiência na Comissão Geral da Câmara dos Deputados sobre a crise global. Durante a audiência, o ex-ministro da Fazenda Mailson da Nóbrega criticou duramente as medidas cambiais e as comparou a uma espécie de "AI-5" financeiro.

"Continuaremos tomando medidas para evitar que o real se valorize excessivamente. É impossível impedir que o real se valorize, porém temos tomado medidas para que não haja abuso", afirmou. Ele acrescentou: "Atacamos a especulação financeira de curto prazo, sim. E continuaremos fazendo", advertiu. Ele argumentou que é no mercado futuro, no qual há grande alavancagem com poucos recursos, que o preço da taxa de câmbio é definido.

"Não podemos dar liberdade para os mercados financeiros", disse. Segundo ele, foi a liberalidade dada ao mercado financeiro que levou os Estados Unidos quase à bancarrota. Mantega disse ainda que o governo não pode permitir que as empresas brasileiras se endividem excessivamente.

"A medida foi eficaz, que traz ao CMN a possibilidade de limitar a especulação, a alavancagem e exigir mais margem de garantias. É uma medida prudencial", afirmou.

Acompanhe tudo sobre:CâmbioGuido MantegaMinistério da FazendaPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileiros

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo