Economia

Mantega: inflação não passará do limite da meta este ano

Ministro garantiu que inflação vai terminar o ano dentro da meta e considerou que o importante é "olhar para frente e não olhar para trás"

O ministro da Fazenda, Guido Mantega: inflação de janeiro a dezembro "não vai passar do limite da meta" (Renato Araújo/Agência Brasil)

O ministro da Fazenda, Guido Mantega: inflação de janeiro a dezembro "não vai passar do limite da meta" (Renato Araújo/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de maio de 2011 às 13h59.

Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, discorda que o resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 12 meses, 6,51%, indique que a inflação tenha ultrapassado o limite da meta, 6,50%. “Não passou. Tecnicamente é 6,51% e, portanto, é considerado dentro da meta”, disse.

Ele ressaltou que o resultado do IPCA dos últimos 12 meses, na verdade, inclui abril do ano passado, quando o índice ficou próximo de zero. Para Mantega, o que importa para o governo é que a inflação voltou a cair e está sob controle. “O que interessa para nós é a inflação de janeiro a dezembro. Essa não vai passar do limite da meta, portanto é o que mais importa olhar para frente e não olhar para trás”, afirmou.

O ministro também reforçou as afirmações do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, que, ontem (5), em audiência pública na Câmara, garantiu que o governo não está se aproveitando da queda do dólar para combater a inflação, já que produtos importados em excesso competem com os nacionais. “Nós temos dito, insistentemente, que nós não estamos deixando o câmbio se valorizar para baixar a inflação”, disse Mantega.

Ele afirmou que, na verdade, o governo acredita que pode combater os problemas cambiais – de alta do real e queda do dólar – com medidas que ajudem de certo modo a baixar a inflação. Isso porque parte do dólar que vinha para o Brasil era captada no exterior com taxas menores e direcionada para o crédito no mercado doméstico, que tem juros mais altos. Com mais crédito, o consumo se manteve em alta.

“A última onda de recursos externos que entraram no país foi pela tomada de empréstimos de bancos e de empresas, quando nós decidimos elevar o Imposto sobre Operações Financeiras [para encarecer as operações de até dois anos]. Portanto, essa entrada de dólares valorizava o real, mas inflacionava a economia”, explicou Mantega.

O ministro também não descartou a adoção de uma quarentena para o capital externo como medida adicional para evitar a pressão sobre o real. “Neste momento não está [sendo avaliada], mas nenhuma medida está excluída. É bom deixar claro, porque a cada momento se colocam situações distintas: o capital externo entra por uma via, depois muda para outra via”, destacou. Para Mantega, por enquanto, o resultado está sendo “muito satisfatório porque o fluxo excessivo parou e o real se desvalorizou” e as medidas mostram que o governo está no caminho certo.

Sobre o crescimento do desemprego nos Estados Unidos, Guido Mantega disse que a economia americana continua “andando de lado” e a recuperação do país é mais incipiente do que o previsto. Para ele, a mudança no ânimo dos norte-americanos, neste momento, poderá se refletir no consumo, voltando a aquecer a economia.

“Talvez, agora, com esse evento político [morte do fundador e líder da rede Al Qaeda, Osama Bin Laden, durante ação norte-americana no Paquistão] que aconteceu, haja alguma mudança no ânimo dos americanos, que parecem estar mais otimistas, e quem sabe eles vão ao consumo”

Acompanhe tudo sobre:América LatinaDados de BrasilGuido MantegaInflaçãoPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileiros

Mais de Economia

Temos um espaço muito menor para errar, diz Funchal sobre trajetória da dívida pública

Isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil recairá sobre grandes empresas, diz Rodrigo Maia

A crescente força das gerações prateadas no Brasil

Haddad diz que consignado privado pelo eSocial terá juro "menos da metade" do que se paga hoje