O ministro disse ainda que, caso a inflação continue sendo reduzida, haverá espaço para novos estímulos à economia brasileira (Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 25 de outubro de 2011 às 17h31.
Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta terça-feira que os países europeus não precisam de recursos brasileiros para a compra de bônus, a fim de enfrentar a crise na região.
Mantega também afirmou que espera uma solução no encontro de quarta-feira entre os líderes da zona do euro, que vão buscar saídas para as turbulências. Entre outros, devem tratar de eventual reforço no Fundo Europeu de Estabilização Financeira (EFSF, na sigla em inglês).
"Acredito que os países europeus não precisam de recursos brasileiros para comprar bônus e o Brasil não está pensando nisso. Eu acredito que eles conseguirão apresentar soluções dentro dos instrumentos que possuem" afirmou Mantega a jornalistas. "Tem que encontrar soluções para os problemas europeus dentro da própria Europa." O ministro também voltou a afirmar que uma ajuda via Fundo Monetário Internacional (FMI) poderia vir desde que respeitadas as reformas aprovadas em 2010, que elevaram a participação dos emergentes no Fundo, com mais cotas. Essa maior fatia, no entanto, ainda não saiu do papel, o que deve ocorrer em 2012, quando os recursos aportados serão efetivamente utilizados. O Brasil entrou com 14 bilhões de dólares.
"Ou seja, via cotas do Fundo Monetário e não de outra maneira, transformando uma parte dos recursos do NAB (Novos Mecanismos de Empréstimos) em recursos oficias", acrescentou.
Mantega procurou mostrar otimismo sobre a cúpula europeia marcada para quarta-feira.
"Estamos confiantes que eles virão com soluções de envergadura que possam dar resposta para os problemas da Grécia, dos bancos europeus e dos problemas de dívida soberana de países que estão ali e podem ser afetados", acrescentou Mantega.
Poupança - O ministro disse ainda que o governo não estuda mudar a fórmula de cálculo da poupança, hoje de 0,5 por cento ao mês mais a variação da Taxa Referencial (TR). Notícia do jornal Valor Econômico nesta quarta-feira trouxe que o governo poderia mudar esse cálculo, atrelando o rendimento da poupança à Selic --hoje em 11,50 por cento ao ano.
O ministro disse ainda que, caso a inflação continue sendo reduzida, haverá espaço para novos estímulos à economia brasileira. Para ele, o atual cenário de câmbio está mais favorável à indústria nacional. O dólar está na casa de 1,75 real.