Mantega explicou que embora os indicadores macroeconômicos do país estejam bons, o Brasil é afetado pelas expectativas negativas da crise (Antonio Cruz/Abr)
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2012 às 14h06.
Brasília - O governo vai liberar aos estados uma linha de crédito especial do BNDES com mais de R$ 10 bilhões para financiar obras e projetos, com o objetivo de manter um alto índice de investimentos e alavancar o crescimento, disse o ministro da Fazenda Guido Mantega em entrevista publicada nesta quarta-feira no jornal "O Globo".
Segundo Mantega, os créditos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social aos 27 estados do país estarão disponíveis "em dois ou três meses" e podem ser considerados como parte das medidas adotadas para diminuir o impacto da crise global.
"O investimento público é importante neste momento", disse o ministro, que na semana passada admitiu que o ritmo de investimentos do setor privado está em queda devido ao temor que a crise provoca nos empresários.
Mantega explicou que embora os indicadores macroeconômicos do país estejam bons, o Brasil é afetado pelas expectativas negativas da crise, o que provoca uma saída de capitais e uma alta volatilidade nos mercados cambial e da bolsa.
O ministro reiterou sua opinião de que os "europeus estão demorando muito para fazer as correções de política econômica que possam tirá-los dessa situação de estresse em que eles estão e colocaram o resto do mundo.
Sobre a ajuda que a Espanha receberá para sanear seu sistema financeiro, o ministro considerou que ela evitará uma crise bancária aguda, mas apontou que isto não é suficiente para solucionar a crise global.
"O grande problema é sair do lodaçal e recuperar o crescimento. É preciso mudar o rumo e combinar políticas de ajuste fiscal com estímulo", opinou.
Dessa maneira, segundo Mantega, a confiança no euro seria recuperada e a Europa veria a "luz no fim do túnel". Mantega frisou que esses assuntos deverão ser debatidos na próxima semana pelos líderes do G20, durante a cúpula que será realizada na cidade mexicana de Los Cabos.
"Essa reunião é crucial. Não podemos sair com as mãos abanando. A Alemanha estará sendo pressionada pelo mundo inteiro, inclusive por seus parceiros europeus. Tem que exigir políticas de estímulo dos países com condições fiscais mais sólidas", afirmou.