Economia

Mantega diz que câmbio não é instrumento para frear inflação

Segundo ele, o Banco Central tem de estar "vigilante" e tomar "as devidas providências" na hipótese de o índice de preços não desacelerar "espontaneamente"


	Guido Mantega: o ministro observou que o "sinal de alerta" do governo acende sempre que a inflação supera os 4,5% que são o centro da meta deste ano
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Guido Mantega: o ministro observou que o "sinal de alerta" do governo acende sempre que a inflação supera os 4,5% que são o centro da meta deste ano (REUTERS/Ueslei Marcelino)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de fevereiro de 2013 às 09h04.

Moscou - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta sexta-feira em Moscou que a taxa de juros - e não o câmbio - é o principal instrumento de controle da inflação no Brasil, que em janeiro atingiu o maior patamar desde abril de 2005.

Segundo ele, o Banco Central tem de estar "vigilante" e tomar "as devidas providências" na hipótese de o índice de preços não desacelerar "espontaneamente".

Mantega observou que o "sinal de alerta" do governo acende sempre que a inflação supera os 4,5% que são o centro da meta deste ano. Perguntado se os juros iriam subir em razão da alta de preços registrada em janeiro, o ministro respondeu que essa é uma questão que tem de ser endereçada ao Banco Central.

O índice de preços atingiu 0,86% em janeiro, o maior patamar para o igual mês desde 2003 e o mais elevado desde abril de 2005. Anualizado, o percentual significa uma inflação de 6,15%.

O ministro ressaltou que o governo não tem uma meta para a cotação do real em relação ao dólar, mas reconheceu que o nível atual é mais "equilibrado". Segundo ele, a valorização registrada nos últimos dias, que levou o dólar a R$ 1,956, não é uma resposta à alta da inflação e decorre de movimentos normais do mercado.

A apreciação da moeda pode ajudar no controle de preços na medida em que torna mais baratas as importações - são necessários menos reais para pagamento do valor em dólares."Não houve mudança na política cambial", disse, observando que o regime é de "flutuação" e "vigilância" para evitar excesso de volatilidade.

A guerra cambial continua a estar no centro da agenda da reunião do G-20, o grupo dos maiores países industrializados e emergentes, que começa nesta sexta-feira em Moscou. Responsável por iniciar essa discussão em 2010, Mantega avaliou que a posição brasileira hoje é mais "tranquila", em razão da desvalorização do real registrada a partir da metade do ano passado.

Acompanhe tudo sobre:CâmbioGuido MantegaInflaçãoPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileiros

Mais de Economia

FMI não espera uma recessão neste ano, apesar das tarifas

Petrobras anuncia redução do preço do diesel para distribuidoras

Silveira fala em ambiente favorável para redução no preço dos combustíveis promete 'boas notícias'

Governo confirma plano de abrir mercado de energia; consumidor poderá escolher fornecedor