Mantega discursa em encontro nos EUA: contra a taxação, Brasil defende exigência de capital (.)
Da Redação
Publicado em 24 de abril de 2010 às 11h40.
Washington - O Brasil é partidário de exigir mais capital aos bancos e às entidades financeiras que realizam operações de risco, no lugar de taxar estas instituições, como defende o Fundo Monetário Internacional (FMI) e alguns países, revelou nesta sexta-feira o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
"Prefiro reduzir o risco exigindo um capital maior, de 50 a 70%, do que aplicar um imposto" contra as instituições financeiras que realizam operações de risco, disse Mantega após a reunião do G20 em Washington.
O Brasil já adota este tipo de exigência para os bancos do país, destacou o ministro.
O FMI entregou um documento ao G20 no qual propõe dois tipos de impostos: um aplicado a cada instituição financeira, em função de seus ativos e em particular dos elementos de risco, e outro sobre as receitas e lucros.
O Fundo insiste em que essa taxação seja coordenada, a fim de impedir que os bancos possam evitá-la escolhendo o país no qual lhes convêm instalar.
Um imposto pelos prejuízos causados pela crise financeira não é aceitável para o Brasil, disse Mantega.
Brasil, Índia, China e Rússia (BRIC) têm o mesmo critério sobre este tema da taxação aos bancos, garantiu Mantega, destacando que "a crise não teve origem em nossos sistemas financeiros".
Outro elemento proposto pelo FMI, que pede harmonia na regulação financeira, tem o apoio de Mantega. "As instituições financeiras estão voltando a seus comportamentos anteriores à crise, como se nada houvesse ocorrido, estão voltando às operações de risco (...) e temos que tomar medidas".
Os países do G20 reafirmaram hoje seu compromisso de conseguir um equilíbrio da economia mundial para promover um crescimento forte e durável, elaborando estratégias "críveis" de saída da crise.
O grupo também pediu ao Fundo Monetário Internacional que prossiga com seu trabalho junto ao setor financeiro.
O G20 agrupa os países do G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Itália e Japão) e outras das principais economias do mundo (África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, China, Coreia do Sul, Índia, Indonésia, México, Rússia e Turquia), assim como a UE.