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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.
Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, avaliou hoje que a decisão da China de caminhar para a flexibilização do yuan, permitindo que a moeda se valorize, é um bom começo, mas o seu impacto para o equilíbrio cambial mundial vai depender da velocidade com que isso será feito. O ministro disse que a variação de 3% na moeda chinesa por ano, como projetada hoje pelo mercado financeiro, não trará grandes repercussões para o Brasil.
Segundo ele, o ideal que resolveria o problema seria uma valorização mais rápida, em que a China deixasse o câmbio flutuar. "Eu vi projeções de 3% ao ano e de 15% em três anos. É muito pouco para ter um efeito agora", disse.
Ele ponderou, no entanto, que é um bom começo a China se dispor a abrir essa questão que estava fechada. "É um começo para caminhar para um equilíbrio cambial melhor. Hoje nós temos desequilíbrio e há prejuízos para os países avançados que deixam o câmbio livre, como é o caso do Brasil", disse.
O ministro mostrou-se cético, no entanto, com relação à repercussão da medida para as exportações brasileiras. "É um começo. Mas não tem grande repercussão, porque na hora que acalmar a questão europeia, e parece que está acalmando, poderemos ter de novo o interesse que havia por entrada de capitais no Brasil", disse Mantega, acrescentando que, nesse cenário, haverá uma valorização do real, o que levará a uma atuação do governo.
"É claro que nós vamos procurar impedir. E nós temos instrumentos para impedir. Mas haverá uma pressão. Nesse sentido, o que resolveria é uma valorização mais rápida que deixasse uma flutuação. Mas na verdade o que ela (China) vai fazer é um controle do câmbio", disse.