Guido Mantega: o ministro voltou a apontar a crise internacional como problema para o desempenho da economia (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 7 de novembro de 2014 às 10h47.
São Paulo - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta sexta-feira, 7, que o juro da dívida encontra-se em um patamar elevado e que isso acaba pressionando a política fiscal. De acordo com ele, isso ocorre porque a taxa de juro no Brasil costuma ficar em patamar mais elevado em relação ao padrão internacional.
Mantega falou que há muita confusão e mal entendidos em relação à politica fiscal no Brasil. E prometeu desfazer um pouco da confusão. "Minha avaliação terá um viés mas otimista porque eu sou responsável por essa política há 12 anos", disse.
O ministro voltou a apontar a crise internacional como problema para o desempenho da economia ao afirmar que o governo reduziu impostos para investimento e consumo de bens duráveis.
Mas antes de 2008, de acordo com ele, a situação fiscal era confortável e seguia o bom desempenho da economia. Isso significava, de acordo com ministro, maior arrecadação.
Foi nesse período, de acordo com ele, que ocorreu o forte processo de formalização do mercado de trabalho brasileiro. "Nós aperfeiçoamos os processos de controle da arrecadação. O resultado primário de 2000 a 2008 foi maior com uma taxa expressiva de primário, maior que na grande maioria dos países", disse.
Sucessor
O ministro disse que o principal desafio do próximo ministro da Fazenda será o de fazer a transição de um período de crise enfrentado com políticas anticíclicas para um novo ciclo de expansão econômica. Ele evitou comentar os nomes que estão sendo cotados para a Fazenda.
"A minha fonte é a presidente Dilma e ela não anunciou nenhum nome até agora", disse Mantega ao ser provocado pelos jornalistas a comentar os nomes ventilados para substituí-lo. Mantega participa na manhã desta sexta-feira, 7, do Encontro de Política Fiscal 2014 promovido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), em São Paulo.