Economia

Mantega: crescimento menor ocorre 'sem bolhas' especulativas

Ministro da Fazenda previu que crescimento do primeiro trimestre fique em 4,5% e elogiou a taxa

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, considera um crescimento de 4,5% ideal (José Cruz/Agência Brasil)

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, considera um crescimento de 4,5% ideal (José Cruz/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2011 às 12h25.

Rio de Janeiro - Antes mesmo da divulgação do resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre do ano, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o crescimento da economia brasileira já está em torno de 4,5%, que considerou ideal para a situação atual do país. A afirmação foi feita hoje (26), na conferência do Ministério da Fazenda e do Fundo Monetário Internacional (FMI), no Rio de Janeiro, sobre o impacto dos fluxos de capitais nas economias emergentes.

Desde o fim da crise, países emergentes, como o Brasil, vêm atraindo grande quantidade de capital, que pode ter como consequência benigna mais recursos para financiar projetos no setor produtivo e desenvolver os mercados financeiros. Mas Mantega lembrou que o fluxo de capitais, escasso ou abundante, é sempre uma preocupação para ministros da Fazenda.

“Já vivemos a falta de capitais no passado. Certamente, é muito melhor perder o sono pelo excesso de capitais do que pela falta, como no passado. Mas, tanto o excesso quanto a falta são problemas que têm que ser administrados. A nossa perspectiva é que continuemos tendo um grande fluxo de capitais nos países emergentes”, afirmou Mantega.

Para o ministro, neste momento, os países emergentes precisam “se defender” e adotar políticas macroeconômicas mais prudentes. Mantega lembrou que, desde o ano passado, o Brasil vem adotando medidas para restringir o crédito, frear o crescimento e contornar o cenário inflacionário, inclusive com restrição de fluxo de capitais.

“Não há outra saída senão limitar os fluxos [de capitais], principalmente com medidas de tributação que diminuem as possibilidades de arbitragem. E estamos tomando medidas para impedir que esse excesso de capitais cause bolhas na economia brasileira, que cause inflação, porque parte do credito vem, por exemplo, para o crédito, e outra parte vai para os mercados. Não estamos permitindo a formação de bolhas nem no mercado de renda variável, nem de renda fixa e, tampouco, no setor imobiliário”.

Na avaliação de Guido Mantega, as medidas têm se mostrado eficazes para conter a sobrevalorização cambial e a entrada de capitais de curto prazo, sem desestimular os investimentos diretos. “Os investimentos continuam se expandindo. Em 2010 foram US$ 48,5 bilhões e a previsão é que, este ano, chegue a US$ 65 bilhões. Ou seja, as medidas não estão segurando os investimentos”, garantiu Mantega.

Para o ministro, as medidas têm se mostrado eficazes, por exemplo, para conter a sobrevalorização cambial e a entrada de capital de curto prazo, sem desestimular os investimentos diretos no país.

“Os investimentos continuam se elevando no Brasil. As medidas não espantam os investimentos. No ano passado, o Brasil teve US$ 48,5 bilhões em investimento, e esse ano, as previsões são de mais de US$ 65 bilhões de investimentos estrangeiros direto no Brasil”, avaliou Mantega.

O ministro ainda apontou como soluções para um maior equilíbrio das economias mundiais a recuperação de países avançados, para desestimular a política monetária expansionista (que inunda de dinheiro a economia mundial), e reformas do sistema monetário internacional, com adoção, por todos os países, de uma política de câmbio flutuante, e do sistema financeiro internacional que, segundo Mantega, “passou por excessiva desregulação que nos levou à crise de 2008”.

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