Com base nos últimos resultados da economia, Mantega diz que "talvez" não precise mais aumentar a taxa de juros (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 19 de novembro de 2014 às 12h24.
Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, comemorou o resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15), que teve variação de 0,38% em novembro , abaixo das inflações de outubro e no mesmo mês do ano passado.
O indicador foi divulgado hoje (19), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. No caso, é levado em conta dados coletados entre 14 de outubro e 12 de novembro.
“Significa que a inflação está crescendo menos e o que é uma boa notícia. Esta época do ano, a inflação estaria acelerando um pouco, mas não está. Outra notícia boa é o desemprego. Caiu mais ainda e está em 4,7%. Inflação para baixo e desemprego diminuindo, portanto emprego melhorando”, disse.
O ministro indicou que, "talvez, com os últimos resultados", não seja preciso mais elevar os juros para conter a inflação ou recalibrar a política de juros.
Para ele, tudo dependerá da forma como será conduzida a política fiscal e do comportamento da inflação. “Com a inflação de hoje, mais moderada, significa que não é necessária nenhuma medida adicional. Isso é a minha opinião. Mas o Copom - Comitê de Política Monetária, do Banco Central (BC)- tem autonomia. O que posso dizer hoje é que a inflação está mais baixa”, avaliou.
Diante da insistência de um dos repórteres se o que tinha dito significava não subir mais os juros, Mantega respondeu: “Imagina. Sempre será necessário subir ou descer os juros. É uma permanente na política monetária. Ela tem que ser flexível. Agora, quando a inflação cai, bom, não sei. Você é quem resolve”, disse se dirigindo ao repórter.
Sobre o Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br), divulgado na última segunda-feira, que mostrou uma expansão de 0,59% no terceiro trimestre deste ano, na comparação com os três meses anteriores, o ministro avaliou que é um “bom número”.
“Se for confirmado no PIB – Produto Interno Bruto, que é a soma dos bens e riquezas produzidos no país -, significa que não terá havido recessão porque um dos trimestres, que era negativo, vão ficar positivo”, ponderou.
O ministro comentou sobre as mudanças propostas ao Congresso Nacional para alterar o resultado primário do Governo Central. Mantega disse que a equipe econômica trabalha para ter um superavit em 2014, mas não quis comentar a mudança do relator Romero Jucá (PMDB-RR) no texto do projeto de lei, trocando o termo “meta de superávit primário” para “meta de resultado”.
De acordo com Mantega, a mudança na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), proposta pelo governo, é que poderá haver um abatimento maior utilizando as desonerações que o governo concedeu para que o setor produtivo pudesse continuar a enfrentar a crise.
Mantega não quis falar em números porque, segundo ele, o relatório de avaliação de receitas e despesas, esperado para sexta-feira (21), será discutido na tarde de hoje, na Casa Civil, durante o encontro da junta orçamentária. O ministro considerou possível um crescimento de 2% do resultado primário.
“Vamos avaliar ainda a partir desse crescimento da economia. Você sabe o que melhora do [superávit] primário e o crescimento maior da economia, que neste segundo semestre está mostrando, sim, um crescimento.
Ajudará inclusive, no ano que vem pois poderemos entrar 2015 com uma taxa de crescimento maior e ajudará a fazer um primário em trono de 2% no próximo ano”.