Economia

Mantega afirma que não haverá recessão em 2014

Segundo o ministro, quem faz a avaliação de uma recessão está "equivocado"


	O ministro da Fazenda, Guido Mantega: garantiu crescimento em 2014
 (LatinContent/Getty Images)

O ministro da Fazenda, Guido Mantega: garantiu crescimento em 2014 (LatinContent/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de julho de 2014 às 20h36.

Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, em uma rápida entrevista aos jornalistas que fazem a cobertura diária da pasta, afirmou nesta terça-feira, 29, que não haverá recessão na economia brasileira em 2014. Segundo ele, quem faz esta avaliação está "equivocado".

Mantega afirmou que, com as medidas de liberação do compulsório pelo Banco Central, que permitirão a oferta de mais crédito, o Brasil terá um início de terceiro trimestre com a economia recebendo mais estímulos.

O ministro defendeu as medidas do BC, anunciadas na última sexta-feira, e rebateu avaliações de que elas são incoerentes com o processo de combate à inflação.

Mantega destacou dados do BC, divulgados nesta terça, que mostram que a alta do crédito livre está abaixo da taxa de inflação.

Numa defesa da política econômica, Mantega disse que o combate à inflação está sendo "exitoso" e que o processo de queda dos preços continuará.

O ministro afirmou que recebe uma avaliação diária da inflação e que ela está próxima de zero. Ainda segundo ele, se esta avaliação estiver correta, a inflação continuará em "trajetória decrescente" e vai estar "confortável" para a economia.

O ministro também argumentou que as medidas do BC não irão exercer pressão sobre os preços. Isso porque, em sua análise, o principal fator de pressão sobre a inflação foi a alta de alimentos, "que está superada", de acordo com Mantega.

Para o ministro, as ações do BC não são de grande impacto, mas vão colocar "um pouco de crédito na economia".

"É preciso um pouco mais de crédito", disse Mantega ao destacar a importância das medidas para a recuperação da economia. O ministro se mostrou confiante de que os bancos irão emprestar esses recursos. "Se não emprestarem, vão perder".

Argentina

Mantega afirmou também achar difícil ter calote na Argentina. Segundo ele, se o governo argentino não pagar os fundos abutres, os outros credores também não receberão, o que seria ruim para todo o mundo.

Segundo ele, a situação é boa para todos negociarem. "Acho que não vai ter novo default", afirmou o ministro.

Ele lembrou que o Brasil foi 'Amicus curie' no processo movido contra a Argentina na corte americana pelos fundos abutres, mas que o juiz não considerou.

A declaração do ministro foi feita diante da pergunta de jornalistas sobre o impacto de um eventual calote no comércio bilateral Brasil e Argentina.

Mantega disse que o Brasil tem tentado melhorar o comércio com a Argentina e lembrou que fechou com o país vizinho, recentemente, a renovação do acordo automotivo.

Segundo ele, as negociações melhoraram o comércio bilateral, mas como a Argentina não vai crescer muito este ano, não estará aumentando as suas importações. O ministro disse que o que tinha que ser ajustado com a Argentina já foi feito.

Acompanhe tudo sobre:Crescimento econômicoCrise econômicaDesenvolvimento econômicoeconomia-brasileiraGuido MantegaMinistério da FazendaPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileiros

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo