Economia

Mantega afirma que Brasil resiste ao "pior ano" da crise

Mantega reiterou suas críticas aos países mais desenvolvidos, dizendo que eles continuam sem dar uma resposta adequada às turbulências globais

O ministro da Fazenda, Guido Mantega: segundo as previsões de Mantega, a economia brasileira acelerará nos dois últimos trimestres (Valter Campanato/ABr)

O ministro da Fazenda, Guido Mantega: segundo as previsões de Mantega, a economia brasileira acelerará nos dois últimos trimestres (Valter Campanato/ABr)

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Da Redação

Publicado em 30 de agosto de 2012 às 15h15.

Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta quinta-feira que 2012 é o "pior ano" da crise global, mas garantiu que a economia nacional "resiste" e conta com bases sólidas para alcançar um crescimento próximo a 4%.

"Em termos de gravidade, o que está ocorrendo em 2012 é pior do que o aconteceu em 2009", declarou o ministro durante uma reunião com autoridades do governo e representantes de empresas privadas.

Mantega reiterou suas críticas aos países mais desenvolvidos, dizendo que eles continuam sem dar uma resposta adequada às turbulências globais e "já contaminam" as principais economias emergentes do mundo.

"Esta situação já afeta inclusive os emergentes mais dinâmicos, como a Índia e a China", disse Mantega.

O ministro sustentou que no Brasil "há uma aceleração anual que pode ser vista com o crescimento do produto interno bruto (PIB)", que de acordo com seus cálculos, expandiu-se entre 0,5% e 0,6% durante o segundo trimestre deste ano.

Esse dado será divulgado de forma oficial na sexta-feira, e caso se confirme, segundo o ministro prevê, a economia brasileira pode crescer cerca de 4%, apesar das projeções do mercado, que apontam uma expansão em torno de 2%.

Segundo as previsões de Mantega, a economia brasileira acelerará nos dois últimos trimestres graças às diversas decisões do governo, como prorrogar algumas reduções de impostos que beneficiam a indústria automobilística, entre outros setores.

O ministro voltou a criticar os bancos privados e assegurou que um dos impedimentos para um melhor desempenho da economia nacional são as taxas de juros, que se mantêm altas apesar das reduções do Banco Central, que ontem diminuiu a Selic para 7,5%.

"Diria que este é um nível histórico", disse Mantega, que lembrou que há um ano essa mesma taxa estava em 12,5%. 

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