Comércio: varejo, serviço e indústria mostraram avanços no segundo trimestre. Expectativa agora é por IBC-Br também positivo (Paulo Whitaker/Reuters)
EXAME Hoje
Publicado em 17 de agosto de 2017 às 06h44.
Última atualização em 17 de agosto de 2017 às 09h08.
Os dados econômicos divulgados nesta semana fizeram os economistas tirarem suas calculadoras da gaveta para revisar o PIB esperado para o segundo trimestre. Nesta quinta-feira um novo dado deve ajudar a calcular o que está por vir na economia brasileira: o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado a prévia do PIB, do mês de junho.
Às Sete – um guia rápido para começar seu dia
Leia também estas outras notícias da seção Às Sete e comece o dia bem informado:
Após a queda de 0,51% no mês de maio, a consultoria GO Associados projeta uma alta de 0,5% no IBC de junho, fechando o segundo trimestre com avanço de 0,2%. Se a alta vier, o IBC será mais um dado positivo da semana. Na segunda-feira, o varejo mostrou uma alta de 2,5% na comparação com o segundo trimestre do ano passado e um avanço de 0,8% na comparação com o primeiro trimestre. Ontem, o setor de serviços surpreendeu ao crescer 1,3% em junho e fechou o segundo trimestre com a alta de 0,3% sobre o início do ano.
A produção industrial , divulgada no início do mês, também mostrou avanço no segundo trimestre, de 0,9%, na comparação com os meses de janeiro a março. “No primeiro trimestre a alta do PIB foi motivada apenas pela agricultura. Agora esses dados do segundo trimestre mostram que a recuperação da economia está acontecendo de forma mais difusa. A economia está ganhando tração”, diz Luiz Fernando Castelli, economista da GO Associados.
Como serviços, varejo e indústria representam quase 90% do PIB, economistas passaram a projetar que o PIB entre abril e junho ficará no zero a zero ou terá uma leve alta. A perspectiva de um PIB negativo para o ano parece ter ficado pra trás.
Os números têm mostrado recuperação apesar do cenário político tumultuado. Enquanto o PIB mostra sinais de retomada, os problemas de longo prazo do país continuam a aumentar. A revisão da meta prevista para este e para os próximos anos, anunciada pelo governo na terça-feira, deve levar a dívida bruta do país a 92,4% do PIB em 2023, segundo o Instituição Fiscal Independente do Senado. Neste cenário, o país só voltará a ter um superávit fiscal em 2023.
Segundo o Fundo Monetário Internacional, o Brasil deve crescer 0,3% em 2017 e 1,3% em 2018. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, diz que o país crescerá menos de 0,5% este ano. A retomada da economia deve ser comemorada, mas ainda há muito para avançar.