Jeff Bezos, fundador da Amazon, tem quase 100 bilhões de dólares (David Ryder / Stringer/Getty Images)
João Pedro Caleiro
Publicado em 27 de dezembro de 2017 às 14h50.
Última atualização em 27 de dezembro de 2017 às 15h02.
As pessoas mais ricas do planeta ficaram US$ 1 trilhão mais ricas em 2017, mais de quatro vezes o ganho do ano passado, porque os mercados de ações minimizaram a importância das divisões econômicas, sociais e políticas e atingiram patamares recorde.
O aumento de 23 por cento no Bloomberg Billionaires Index, um ranking diário das 500 pessoas mais ricas do mundo, se compara com o aumento de quase 20 por cento tanto do MSCI World Index quanto do Standard & Poor’s 500 Index.
O fundador da Amazon.com, Jeff Bezos, foi quem mais avançou em 2017, com um ganho de US$ 34,2 bilhões. Ele desbancou em outubro o cofundador da Microsoft, Bill Gates, e se tornou a pessoa mais rica do mundo.
Gates, de 62 anos, detinha o título desde maio de 2013 e tem doado grande parte de sua fortuna a instituições de caridade, incluindo uma promessa de US$ 4,6 bilhões feita à Fundação Bill & Melinda Gates em agosto.
Bezos, cujo patrimônio líquido superava US$ 100 bilhões no final de novembro, tem atualmente US$ 99,6 bilhões, em comparação com os US$ 91,3 bilhões de Gates.
George Soros também doou uma parte substancial de sua fortuna e revelou em outubro que seu family office havia dado US$ 18 bilhões a suas Open Society Foundations nos últimos anos. O investidor bilionário caiu para o número 195 no ranking da Bloomberg, com um patrimônio líquido de US$ 8 bilhões.
No fim do trading de terça-feira, 26 de dezembro, os 500 bilionários controlavam US$ 5,3 trilhões, em comparação com US$ 4,4 trilhões em 27 de dezembro de 2016.
“Isso é parte do segundo bull market mais robusto e mais longo da história”, disse Mike Ryan, diretor de investimentos para o continente americano da UBS Wealth Management, em 18 de dezembro.
“De todas as orientações que fornecemos às pessoas durante este ano, o conselho mais importante foi não deixar de investir.”
Os 38 bilionários chineses no índice da Bloomberg somaram US$ 177 bilhões em 2017, um ganho de 65 por cento que foi o maior entre os 49 países representados.
O número de bilionários asiáticos superou o total dos EUA pela primeira vez, de acordo com um relatório do UBS Group e da PricewaterhouseCoopers.
Ao todo, os 440 bilionários do índice que aumentaram sua fortuna em 2017 ganharam um total de US$ 1,05 trilhão.
A fortuna do bilionário francês das telecomunicações Patrick Drahi caiu US$ 4,1 bilhões, para US$ 6,3 bilhões, uma queda de 39 por cento.
Sessenta bilionários caíram no ranking, incluindo o varejista sul-africano Christo Wiese, cuja fortuna caiu de um pico de US$ 7,7 bilhões, em agosto de 2016, para US$ 1,8 bilhão depois da divulgação de notícias sobre um escândalo contábil em sua Steinhoff International Holdings no dia 5 de dezembro.
Ao todo, os 58 dos 500 bilionários cujas fortunas diminuíram em 2017 perderam um total de US$ 46 bilhões.
O índice da Bloomberg descobriu 67 bilionários escondidos em 2017. O magnata brasileiro Mário Araripe, que construiu uma fortuna de US$ 1,3 bilhão com a Casa dos Ventos, maior empresa de desenvolvimento eólico da América Latina, foi entrevistado em abril.
Henry Laufer, da Renaissance Technologies, foi identificado com um patrimônio líquido de US$ 4 bilhões em abril. Robert Mercer, de 71 anos, que pretende renunciar ao cargo de coCEO do fundo de negociação mais lucrativo do mundo em 1º de janeiro, não pôde ser confirmado como bilionário.
Com o aumento da riqueza a novos patamares, talvez os bilionários não demorem para perceber que um bilhão de dólares já não compra tanto quanto antigamente.
O preço de uma moradia superou US$ 300 milhões, o custo de um divórcio chegou a US$ 1 bilhão e um quadro redescoberto de Leonardo da Vinci foi vendido por US$ 450,3 milhões em um leilão da Christie’s em novembro, a obra de arte mais cara já vendida.