Bolsa com dinheiro: o número de consumidores que pretendem gastar valores menores neste Natal aumentou do ano passado para 2012 (CARLOS CUBI)
Da Redação
Publicado em 24 de outubro de 2012 às 15h17.
São Paulo - A maioria dos consumidores vai usar o 13º salário para pagar dívidas, de acordo com pesquisa realizada pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). A proporção deste ano (61%) está um ponto porcentual acima de 2011, quando chegava a 60%. De acordo com a instituição, o resultado mostra que a redução da atividade econômica e a inflação mais alta aumentaram o endividamento dos consumidores.
O número de consumidores que pretendem usar o 13º para comprar presentes caiu 5,88% de 2011 para 2012. "Como vem ocorrendo todos os anos, a grande parte dos consumidores (mais de 70%) tem dívidas contraídas no cheque especial e no cartão de crédito e pretendem utilizar os recursos do 13º salário para regularizar estas situações", afirmou o coordenador do estudo, Miguel José Ribeiro de Oliveira.
Entre 2011 e 2012, houve redução de dois pontos porcentuais no número de endividados com cheque especial, que passaram de 37% para 35%. As dívidas com cartão de crédito, contudo, aumentaram. No último ano, 39% dos consumidores tinham dívidas no cartão; neste ano, a porcentagem chegou a 40%.
O número de consumidores que pretendem gastar valores menores neste Natal aumentou do ano passado para 2012. Aqueles que pretendem gastar valores mais altos, por sua vez, diminuiu. Em 2011, 24% dos consumidores pretendiam gastar entre R$ 100 e R$ 200, mas essa fatia passou para 26% neste ano. Aqueles que pretendem gastar entre R$ 200 e R$ 500 também são em maior quantidade, 39% neste ano contra 37% em 2011. Já os que querem gastar entre R$ 500 e R$ 1.000 são 13% (eram 14% em 2011). Outras duas faixas de gasto superior a R$ 1.000 também registraram queda nas intenções.
Com uso do 13º salário e de financiamentos, os produtos que mais despertam a atenção dos consumidores para o Natal são eletroeletrônicos e eletroportáteis (75% das intenções), celulares (74%) e roupas (68%). A intenção de compra caiu, de 2011 para 2012, nos setores de brinquedos (de 65% para 54%), produtos de linha branca (de 25% para 23%) e produtos de informática (de 51% para 47%). A redução do desejo de compra de brinquedos está relacionada com a mudança no perfil de consumo e substituição destes produtos por eletrônicos e celulares, avalia a associação..
Para a Anefac, os resultados mostram "maior cautela e redução de gastos dos consumidores seja por conta de um ano de 2012 um pouco mais difícil seja por conta do cenário externo".