Gás: países do Ocidente impuseram sanções mirando os setores de finanças e energia da Rússia (Alexander Zobin/AFP)
Da Redação
Publicado em 16 de outubro de 2014 às 09h37.
Moscou - Mais da metade dos russos acredita que a economia do país irá se beneficiar das sanções econômicas impostas pelo Ocidente devido à crise ucraniana, e também das medidas retaliatórias adotadas por Moscou, segundo pesquisa de opinião publicada pela pesquisadora independente Levada.
Países do Ocidente impuseram sanções mirando os setores de finanças e energia da Rússia após a anexação da região ucraniana da Crimeia por Moscou e por seu apoio a separatistas armados pró-Rússia no leste da Ucrânia.
Moscou retaliou proibindo a maioria das importações de alimentos do Ocidente. A empresa de pesquisas independente Levada disse que 59 por cento dos russos acreditam que as sanções vão funcionar a favor da economia russa.
Apenas um em cada quatro russos disse que as medidas serão prejudiciais à economia. Cerca de um em cada quatro dos que responderam disseram também que as sanções podem representar problemas sérios para eles ou suas famílias. A pesquisa ouviu 1.630 pessoas em 46 regiões do vasto país entre 26 e 29 de setembro.
O presidente russo Vladimir Putin ridicularizou as sanções e disse que a proibição de compra de alimentos do Ocidente vai impulsionar a produção doméstica e ajudará a tornar a Rússia mais independente.
Putin tem visto sua taxa de aprovação subir desde o começo da crise ucraniana no começo deste ano. A maioria dos russos depende da mídia estatal - que tem criticado duramente o Ocidente acerca da Ucrânia e apoiado Putin - para receber notícias.
No entanto, as sanções agravaram os problemas econômicos da Rússia, e economistas agora projetam uma estagnação. O rublo russo atingiu mínimas de vários anos nesta semana e a fuga de capital no primeiro semestre de 2014 superou 75 bilhões de dólares.
A pesquisa da Levada mostrou que 41 por cento dos russos acreditam que as sanções do Ocidente foram projetadas para atingi-los, em vez da elite do país, uma alta ante 27 por cento de consultados que acreditavam nisso em maio.