Maia: “Essas propostas fortalecem o parlamento”, disse o presidente da Câmara, 49 anos, em entrevista na sede da Bloomberg em Nova York (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Ligia Tuon
Publicado em 18 de novembro de 2019 às 12h04.
Última atualização em 18 de novembro de 2019 às 12h08.
O congresso brasileiro provavelmente vai conseguir aprovar as principais reformas propostas pelo governo até julho do próximo ano, quando as campanhas para as eleições municipais devem redefinir as prioridades legislativas.
É o que diz o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, que tem impulsionado a agenda econômica do presidente Jair Bolsonaro, a começar pela reforma da Previdência no primeiro semestre deste ano. Entre as propostas que Maia considera prioritárias estão a reforma tributária, a mudança na lei sobre saneamento básico que pode liberar bilhões em investimentos em infraestrutura e a autonomia do Banco Central.
“Essas propostas fortalecem o parlamento”, disse Maia, 49 anos, em entrevista na sede da Bloomberg em Nova York. “Temos um congresso reformista”, disse ao explicar os motivos para o otimismo.
Maia diz que há um consenso sendo construído com a equipe econômica de Bolsonaro sobre os termos da polêmica reforma tributária, que provavelmente restabelecerá uma tributação sobre dividendos.
O presidente da Câmara diz que conversa pelo telefone com o ministro da Economia, Paulo Guedes, pelo menos duas vezes por semana e que seu relacionamento com o presidente Bolsonaro está indo muito bem depois de uma série de confrontos no início do ano.
Na semana passada, o presidente, ao lado de Guedes, foi ao Congresso para entregar pessoalmente uma série de projetos de lei que ajudam os órgãos governamentais a cumprirem o teto de gastos e a chamada regra de ouro, que estabelece que os déficits orçamentários não devem exceder o investimento.
O pacote também incluía propostas para reduzir as despesas com folha de pagamento, reestruturando as carreiras dos servidores públicos.
A maioria dessas propostas deve enfrentar pouca oposição entre os congressistas, disse ele. “Não vejo motivos para não serem aprovadas até julho”, disse Maia.