Economia

Maia: "O que me preocupa é o que vai acontecer com o Brasil sem reforma"

Paulo Guedes cancelou ida à CCJ da Câmara para discutir PEC da Previdência com parlamentares

Rodrigo Maia: deputado mantém apoio à reforma da Previdência, mas limita sua influência na articulação (Adriano Machado/Reuters)

Rodrigo Maia: deputado mantém apoio à reforma da Previdência, mas limita sua influência na articulação (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de março de 2019 às 14h47.

Última atualização em 26 de março de 2019 às 14h49.

Brasília - O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) minimizou o cancelamento da ida do ministro da Economia, Paulo Guedes, à Comissão de Constituição, Cidadania e Justiça (CCJ) e reforçou que o ministro tem a confiança do parlamento. Além disso, voltou a declarar seu apoio pela aprovação da reforma da Previdência. "O que me preocupa é ver o que vai acontecer com o Brasil sem a reforma. Precisamos olhar para frente", disse. Depois dos últimos atritos com o governo de Jair Bolsonaro, Maia também reforçou que irá trabalhar pela reforma, mas "dentro do seu quadrado".

"Eu não tenho condição de ficar na CCJ debatendo reforma. Meu limite é ir até a CCJ com ele (Guedes) e mostrar meu apoio a ele e à proposta. E é isso que vou fazer. Dentro do meu quadrado, todo meu apoio à tramitação e aprovação da previdência", disse.

Apesar do cancelamento da ida do ministro à CCJ, Maia manteve sua postura de demonstrar apoio a Guedes. "O ministro Guedes tem toda confiança do parlamento, todo apoio dos partidos que tem dialogado e participado de reuniões com ele", disse. "Acho que ele pensou que não teria apoio do plenário da CCJ e achou melhor não vir. Eu disse a ele: 'ministro, o senhor já deu demonstrações de que respeita o parlamento brasileiro, se a sua decisão for essa, eu como presidente da Câmara, vou respeitar e conversar com os líderes partidários para que a gente encontre uma data para que se possa continuar debatendo", afirmou Maia.

Maia afirmou que o presidente da CCJ, Felipe Francischini, poderia indicar já um relator e frisou que seria uma boa ideia ser alguém do próprio PSL. "Ele vai ter mais apoio e melhores condições de dialogar com o ministro e com o líder do governo para construir um diálogo, uma maioria na Câmara dos Deputados", comentou.

Sobre o documento dos líderes do Centrão que fala sobre a retirada do BPC e da aposentadoria rural da PEC, Maia disse que a iniciativa "é uma boa". "Acho que os dois temas têm mais atrapalhado do que ajudado a reforma da Previdência. O BPC e a aposentadoria rural não são, do ponto de vista fiscal, o principal problema", afirmou.

Guedes na CCJ

A participação de Guedes, na quarta-feira, 27, em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado está mantida, segundo sua assessoria. No encontro, marcado para começar às 14 horas, o ministro vai apresentar as diretrizes e os programas prioritários de sua pasta, com destaque para a temática do endividamento dos Estados brasileiros.

A reforma da Previdência também deve entrar no debate.

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