Rodrigo Maia: "Estamos trabalhando para manter o reajuste em sessão hoje" (Adriano Machado/Reuters)
Reuters
Publicado em 20 de agosto de 2020 às 13h36.
Última atualização em 20 de agosto de 2020 às 17h15.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu nesta quinta-feira a manutenção do veto do presidente Jair Bolsonaro ao reajuste dos servidores públicos em votação prevista para mais tarde na Casa, após participar de reunião de lideranças do governo e de partidos.
"Estamos trabalhando para manter o veto em sessão hoje", disse Maia, em entrevista coletiva.
O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), afirmou que é muito importante manter o veto, e alertou que a eventual derrubada do veto pelos deputados poderia comprometer o pagamento de futuras parcelas do auxílio emergencial.
O veto presidencial ao reajuste dos servidores foi derrubado pelo Senado em votação na véspera, mas ainda precisa ser analisado pelos deputados.
O presidente da Câmara e líderes de partidos do Centrão se reuniram na manhã desta quinta-feira para afinar a estratégia entre os deputados e manter o veto do presidente Jair Bolsonaro a uma proposta que abre margem para a concessão de reajuste a servidores públicos, segundo relataram à Reuters fontes a par das negociações.
Na véspera, senadores derrubaram o veto e falta ainda os deputados votarem, o que está previsto para ocorrer na tarde desta quinta a partir das 15 horas.
A ida de Maia ao encontro, segundo a fonte, tem por objetivo mostrar que a defesa do ajuste das contas públicas e a manutenção do veto é uma causa com a qual importantes lideranças da Câmara estão comprometidas.
Um parlamentar que foi convocado para a reunião confirmou a intenção de articular a manutenção do veto.
Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que será "impossível" governar o Brasil caso a Câmara derrube o veto, já derrubado na véspera pelos senadores, e frisou que a responsabilidade não é só dele de ajudar o país a "sair do buraco".
A proibição da concessão de aumentos foi estabelecida como contrapartida ao auxílio federal de 60 bilhões de reais repassado a estados e municípios para o enfrentamento da crise do coronavírus.