Economia

Maggi promete transparência nos resultados de testes em carnes

O ministro voltou a garantir que os laudos das amostras de produtos colhidas em supermercados de 22 estados não acusam “qualquer perigo para a saúde humana”

Blairo Maggi: o ministro não respondeu quando o ministério planeja liberar a produção dos 21 frigoríficos interditados no último dia 17, quando foi deflagrada a Operação Carne Fraca (Adriano Machado/Reuters)

Blairo Maggi: o ministro não respondeu quando o ministério planeja liberar a produção dos 21 frigoríficos interditados no último dia 17, quando foi deflagrada a Operação Carne Fraca (Adriano Machado/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 30 de março de 2017 às 18h04.

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, voltou a prometer transparência na divulgação do resultado das análises de produtos dos 21 frigoríficos interditados após a deflagração da Operação Carne Fraca, pela Polícia Federal (PF).

A ação trouxe a público a suspeita de irregularidades na produção de carne e seus derivados, bem como na fiscalização do setor.

Hoje (30), ao visitar Campo Grande (MS), onde participou da inauguração do Laboratório Multiusuário de Biossegurança para a Pecuária (Biopec), instalado na Embrapa Gado de Corte, o ministro voltou a garantir que os laudos de 12 das 174 amostras de produtos colhidas em supermercados de 22 estados e já periciadas não acusam “qualquer perigo do produto para a saúde humana”.

“Recolhemos, nos mercados, produtos das 21 plantas [industriais] interditadas. Já tivemos 12 laudos sem nenhum problema. Os outros estão [sendo periciados] nos laboratórios do ministério e, assim que tivermos os resultados, comunicaremos da forma mais transparente, informando [à população] à medida em que as coisas forem acontecendo”, disse o ministro a jornalistas que acompanharam sua chegada para almoçar em uma churrascaria da capital do Mato Grosso do Sul, um dos principais produtores de carnes do Brasil.

O estabelecimento onde Maggi, sua comitiva e o governador Reinaldo Azambuja almoçaram serve produtos de ao menos duas marcas investigadas pela PF.

Maggi não respondeu quando o ministério planeja liberar a produção dos 21 frigoríficos interditados no último dia 17, quando foi deflagrada a Operação Carne Fraca, mas adiantou que os resultados das demais análises devem ser divulgados nas próximas semanas.

O ministro disse trabalhar para que as suspeitas não afetem outros produtores além dos 21 já citados pela PF. Segundo ele, vai levar algum tempo para o setor recuperar a credibilidade e a situação ser normalizada.

“O mercado já não estava bom. O mercado interno estava enfraquecido. Com essa parada do mercado externo, teremos algum tempo de percalços”, acrescentou.

Biossegurança

Além da inauguração do laboratório da Embrapa, Maggi participa na noite de hoje da abertura da 79ª Expogrande, maior feira agropecuária de Mato Grosso do Sul e uma das mais importantes do país.

Segundo a Embrapa, o Laboratório Biopec é “o mais moderno laboratório de pesquisa em segurança e qualidade da carne da América Latina” e pode aumentar a capacidade do país de garantir a qualidade sanitária dos rebanhos bovinos, de aves e suínos, podendo também ser utilizado em outras cadeias produtivas de carne.

A previsão é que as instalações comecem a funcionar a partir de abril. Foram investidos R$ 10 milhões na construção do laboratório – recursos provenientes do orçamento da Embrapa e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

De acordo com a Embrapa, os modernos equipamentos tornarão possível pesquisar, em um único local, a ação de agentes de alto risco como vírus da febre aftosa, da influenza aviária, da influenza suína, raiva, brucelose e tuberculose.

Também será possível estudar bactérias causadoras de tuberculose bovina, botulismo, antrax, salmonelose e de intoxicações alimentares, bem como desenvolver testes e vacinas para doenças como a brucelose e realizar pesquisas com príons (proteínas) causadores de encefalopatias espongiformes (vaca-louca e scrapie).

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