Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, concede entrevista coletiva em Caracas (Palácio Miraflores/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 22 de abril de 2013 às 09h47.
Caracas - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou no domingo uma ampla reestruturação de gabinete que tira o Ministério das Finanças de Jorge Giordani, um dos mentores dos complexos controles cambiais e de preços aplicados há uma década no país.
Maduro, que tomou posse na sexta-feira para governar até 2019, alterou o ministério em meio a uma crise causada pelas denúncias oposicionistas de fraude na eleição presidencial deste mês.
O substituto de Giordani será Nelson Merentes, que dirigia o Banco Central e ocupará também a nova vice-presidência econômica.
"Tenho grande confiança em Nelson Merentes, nos conhecemos há muitos anos... Vamos fortalecer o Cadivi, a Sicad e todos os mecanismos que forem necessários", disse Maduro, citando órgãos envolvidos no rigoroso controle de divisas no país.
Giordani, um reservado acadêmico marxista e um peso pesado na administração do ex-presidente Hugo Chávez, agora se dedicará exclusivamente à pasta do Planejamento.
Apelidado de "Monge" por sua dedicação ao trabalho e por seu estilo austero, ele foi um dos mentores econômicos do chavismo. "Ninguém acha que o modelo mudou, mas enfraquecer Giordani é positivo (para a iniciativa privada)", escreveu Asdrúbal Oliveros, diretor da consultoria Ecoanalítica.
Na reforma ministerial, foi mantido Rafael Ramírez como ministro de Petróleo e Mineração, um cargo que controla 90 por cento das divisas estrangeiras que entram na economia local por intermédio da estatal petrolífera PDVSA.
Maduro fez 17 mudanças em 31 ministérios, o que contrasta com o estilo do seu padrinho político Chávez, que sempre fazia mudanças homeopáticas e preferia as trocas de posições. "Queremos um governo mais socialista, mais humano", afirmou o presidente.
Pelo Twitter, o candidato derrotado na eleição presidencial, Henrique Capriles, ironizou a reforma ministerial, dizendo que a troca de cargos entre funcionários acusados de serem ineficientes ou corruptos é "mais do mesmo".
Maduro nomeou vários comandantes militares para secretarias de Estado e agradeceu ao apoio que lhe foi dado pelas Forças Armadas desde que Chávez, morto no mês passado vítima de câncer, o indicou como seu herdeiro político.