Mural do Banco Central da Venezuela mostra o ex-presidente Hugo Chávez com barras de ouro (Meridith Kohut/Bloomberg)
AFP
Publicado em 28 de agosto de 2018 às 12h18.
Última atualização em 28 de agosto de 2018 às 13h23.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, lançou nesta segunda-feira bônus lastrados em pequenos lingotes de ouro, para incentivar a poupança entre a população, em meio à evaporação da moeda local diante da hiperinflação.
"Ninguém poderá dizer que o ouro perde seu valor", disse Maduro em cadeia nacional de rádio e TV, enquanto mostrava dois cartões com emblema do Banco Central e retângulos dourados que definiu como "lingotinhos".
A emissão, lastrada em pequenos lingotes - de 1,5 e 2,5 gramas de ouro - começará no próximo dia 11 de setembro como parte de um plano para "recuperar o sistema de poupança nacional e para que as pessoas possam pensar a médio e longo prazo", explicou Maduro.
O valor do bônus lastrado em 1,5 grama de ouro será de 3.502 bolívares (58 dólares segundo o câmbio oficial) e o de 2,5 gramas, de 5.780 bolívares (96 dólares), informou o vice-presidente da área econômica, Tareck El Aissami.
Os compradores não receberão as barras de ouro, apenas certificados eletrônicos, que vencerão em 12 meses.
O ouro ficará "nos cofres do Banco Central para que ninguém o toque", declarou Maduro.
"A pessoa que comprar hoje dentro de um ano, quando vencer o certificado, vai ter o valor do futuro, lastrado em ouro", disse El Aissami.
Maduro destacou que o plano para incentivar a poupança faz parte do pacote de reformas econômicas que tiraram cinco zeros do bolívar e aumentaram em 3.400% o salário mínimo.
"O presente mais notável, desejado, no próximo Natal será o certificado de poupança em ouro (...). O ouro vale sempre o que vale, nunca menos".
Os venezuelanos enfrentam uma inflação que em 2018 deve ser de 1.000.000%, segundo o FMI.