Maduro: o líder venezuelano informou que a estatal tinha depositado com adiantamento os juros aos detentores de bônus dos anos 2021, 2026 e 2024 (Jorge Silva/Reuters)
EFE
Publicado em 22 de novembro de 2016 às 17h51.
Caracas - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta terça-feira que a estatal petrolífera PDVSA não descumpriu os compromissos de pagamento, como disse na segunda-feira o banco americano JP Morgan, o qual acusou de realizar "ataques criminosos" contra o país.
"JP Morgan declarou que a PDVSA não tinha pago e que tinha entrado em moratória, e era mentira, é mentira", argumentou Maduro durante seu programa de rádio, no qual também explicou que nos últimos 20 meses a Venezuela pagou US$ 60 bilhões "de maneira rigorosa" em compromissos financeiros.
O líder venezuelano informou que a estatal tinha depositado com adiantamento os juros aos detentores de bônus dos anos 2021, 2026 e 2024, mas que o Citibank não tinha comunicado a estes credores e que "por trás disto está o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos".
"Digo aos venezuelanos, é criminoso este tipo de anúncio contra um país inteiro, este tipo de emboscada, de maldade contra um país que trabalha", afirmou Maduro ao acusar a oposição venezuelana de participar destes "ataques".
O presidente pediu à mesa de diálogo que conta com a participação de delegados de seu governo e da aliança opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) a assinatura de um acordo em rejeição "a esta atitude pública do JP Morgan contra o país" que, segundo ponderou, "tem caráter criminoso".
Além disso, Maduro disse que o presidente da PDVSA, Eulogio del Pino, elaborará uma proposta junto a escritórios internacionais "para tomar ações judiciais contra a JP Morgan".
"O mínimo que poderia fazer é pedir desculpas e dizer que se equivocou, eu denuncio esta campanha financeira", disse o líder venezuelano, ao dizer que em 2017 haverá "boas notícias" para a Venezuela em matéria de finanças internacionais, o que será, segundo sua opinião, uma "vingança" contra o banco americano.
A companhia petrolífera estatal PDVSA também emitiu um comunicado no qual rejeitou "as falsas versões da imprensa" que mencionaram uma suposta moratória citando o JP Morgan e ressaltou que o bônus do ano 2035 "se encontra em processo de execução, segundo os termos e condições que estabelecem os lapsos previstos nessa emissão".
Del Pino, ministro do Petróleo venezuelano, qualificou na rede social Twitter de "totalmente falsa" a informação de moratória da estatal "divulgada irresponsavelmente pelos inimigos da pátria".