Maduro: "Decreto e assinarei 40% de aumento integral do salário mínimo legal dos trabalhadores" (Carlos Garcia Rawlins/REUTERS)
AFP
Publicado em 27 de outubro de 2016 às 15h32.
Última atualização em 28 de outubro de 2016 às 16h54.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta quinta (27) um aumento de 40% no salário mínimo dos trabalhadores, na véspera de uma greve geral convocada para sexta-feira pela oposição para pressionar por sua saída do poder.
"Decreto e assinarei 40% de aumento integral do salário mínimo legal dos trabalhadores", manifestou Maduro em um ato público de entrega de casas.
Esse montante, de 90.911 bolívares (US$ 137,8), inclui o salário - que sobe 20% até chegar a 27.091 bolívares - e um adicional de alimentação, de 63.720 bolívares. O reajuste do salário básico inclui os aposentados.
É o quarto aumento do salário mínimo desde o início de 2016, em meio ao clima de tensão pela escalada da oposição para tirar Maduro do poder por meio de um referendo revogatório.
Como parte dessa ofensiva, a coalizão Mesa da Unidade Democrática (MUD) convocou para esta sexta-feira uma greve geral de 12 horas. Maduro garantiu que as empresas que pararem suas atividades sofrerão uma intervenção do governo.
"Não vou duvidar, nem vou aceitar nenhum tipo de conspiração. Empresa parada, empresa recuperada", advertiu o presidente, que enfrenta uma crise econômica agravada pela queda do preço do petróleo.
A commodity é responsável por 96% das divisas do país.
O salário mínimo aumentou 454% em 2016, destacou Maduro, ressaltando que essa cifra está "muito acima da inflação".
O índice oficial de inflação não é divulgado pelo governo desde o final de 2015. No ano passado, chegou a 180,9%, o mais alto do mundo. Para 2016, o Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta inflação acumulada de 475%.
Maduro reiterou que a greve convocada para esta sexta faz parte de um complô para derrubá-lo.
"Conhecemos a história dos golpes de Estado por inteiro", acrescentou.
Na quarta-feira, milhares de opositores marcharam em Caracas e em várias cidades do país para exigir que o Conselho Nacional Eleitoral anule sua decisão de suspender o processo de revogatório.
Seus dirigentes também anunciaram uma passeata para 3 de novembro rumo ao Palácio presidencial de Miraflores, caso a consulta não seja reativada. Ao mesmo tempo, a maioria opositora no Parlamento pretende declarar "abandono do cargo" por parte de Maduro.