Maurício Macri: "necessitamos de acordos com outros países que nos permitam nos inserir da melhor forma na economia global e participar dos fluxos de investimentos" (Adriano Machado/Reuters)
EFE
Publicado em 21 de dezembro de 2017 às 12h49.
Brasília - O presidente da Argentina, Mauricio Macri, defendeu nesta quinta-feira em Brasília, durante a 51ª Cúpula do Mercosul, uma maior abertura do bloco para o exterior com acordos de livre-comércio com outros blocos, principalmente a União Europeia (UE) e a Aliança do Pacífico.
"Necessitamos de acordos com outros países que nos permitam nos inserir da melhor forma na economia global e participar dos fluxos de investimentos", afirmou Macri em seu discurso na sessão de abertura da reunião.
"Nossa visão do Mercosul é que é um espaço econômico integrado ao mundo, um espaço para que os empresários invistam", disse.
O presidente argentino disse que o Mercosul se centrou, a princípio, na integração interna, mas agora é necessária que a dimensão externa tenha a mesma dimensão que a interna.
Macri acrescentou que os acordos com outros países e blocos fortalecerão o próprio processo de integração do Mercosul.
"O compromisso e a proposta da Argentina é integrar o Mercosul ao mundo para poder aumentar e distribuir os benefícios da globalização", disse.
Macri disse que a globalização não pode ser vista como um fenômeno negativo, uma vez que pode servir para distribuir os benefícios mundiais e reduzir a pobreza.
"A negociação com a União Europeia é particularmente relevante porque somos duas regiões complementares e a UE é destino natural das nossas exportações. Um acordo com o bloco europeu não somente elevará o nosso comércio, mas também os investimentos e ajudará a gerar empregos na região", afirmou.
Quanto a um acordo com os países da Aliança do Pacífico (Chile, Colômbia, Peru e México), assegurou que o Mercosul deu importantes passos para essa aproximação e para tornar a região em um importante polo produtor com litoral em dois oceanos.
Macri aproveitou o pronunciamento para transmitir uma mensagem de solidariedade para a Venezuela, país que foi suspenso do Mercosul em agosto com base na cláusula democrática do bloco.
"Quero transmitir a minha mensagem de solidariedade e acompanhamento ao povo venezuelano. Desde o Mercosul reiteramos o nosso compromisso com a defesa dos direitos humanos, a liberdade dos presos políticos e a pronta adoção de um calendário eleitoral que garanta um processo transparente", disse.
À cúpula de Brasília assistem, além de Macri, os presidentes do Brasil, Michel Temer; Paraguai, Horacio Cartes; e o Uruguai, Tabaré Vázquez.
Além disso, estão presentes os presidentes da Bolívia, Evo Morales, e da Guiana, David Granger; bem como representantes do Chile, Colômbia, Equador, Peru e Suriname, todos países que mantêm um status de Estados associados ao bloco sul-americano.