Para Lupi, os consórcios não vão reivindicar um aumento das tarifas pois "já ganharam muito dinheiro com salários baixos" (Roosewelt Pinheiro/AGÊNCIA BRASIL)
Da Redação
Publicado em 11 de novembro de 2011 às 13h12.
São Paulo - O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, disse hoje não acreditar que haverá barganha das empresas por aumento da tarifa de energia além do acertado nos contratos, após as restrições contra intermediários na contratação de trabalhadores nas usinas hidrelétricas previstas no Plano de Aceleração ao Crescimento (PAC). De acordo com Lupi, se os encargos trabalhistas resultarem em aumento de gastos, serão muito pequenos em relação ao ganho esperado pelas companhias nas usinas Santo Antônio e Jirau.
"Quando você tem R$ 1 bilhão, mil (reais) não é nada. Os consórcios são muito grandes", afirmou, durante almoço em São Paulo com sindicalistas e empresários. "Eles (consórcios) já ganharam muito dinheiro com salários baixos, não acho que vão reivindicar", acrescentou. Lupi citou a criação de uma comissão tripartite para acompanhar os contratos, além do marco regulatório do emprego de funcionários nas obras do PAC, que deve ficar pronto em cerca de dois meses.
Segundo ele, as construções previstas no programa, a partir de agora, terão de se adequar às novas regras, que buscam impedir a atuação de "gatos" entre os operários e as empresas. "Todas que entrarem agora terão o marco como base nos contratos. Até quem já está nos negócios atuais vai ter de se adequar", explicou. Ele disse que a construção da Hidrelétrica de Belo Monte, perto de receber a licença ambiental, será uma das obras convidadas a aderir ao marco.
Sobre o cronograma de término da hidrelétrica de Jirau, onde uma rebelião em março destruiu boa parte dos alojamentos e paralisou as obras, Lupi disse que será mantido o prazo do governo, de março de 2012. Já a respeito de Santo Antônio, o ministro do Trabalho e Emprego disse que as obras estão adiantadas e que é possível que a hidrelétrica entre em operação em dezembro deste ano.
Demissões
Lupi minimizou ainda as demissões previstas para a usina, que devem chegar a 6 mil. Conforme o ministro do Trabalho, esse número não é real, porque haverá muitas dispensas voluntárias. "Muitos trabalhadores que não são de lá, de 7 mil a 8 mil, voltaram para suas casas durante a greve. Eles não devem voltar", afirmou. "Eles conseguem emprego em seu local de origem porque há muita escassez de mão de obra, então vai haver um equilíbrio." Lupi declarou ainda que as demissões não pesarão na mão de obra local, porque o acordo feito com as empresas dará prioridade à manutenção dos postos dos operários da região. "Toda grande obra tem uma rotatividade, isso é normal. Não haverá problema algum."