Economia

Lula se enganou ao não acreditar no Plano Real, diz FHC

No registro, divulgado na página que mantém na rede social Facebook, Fernando Henrique recorda a adoção da nova moeda, que entrou em vigor em 1º de julho de 1994 e completa duas décadas nesta terça-feira, 1º

FHC: ex-presidente ressalta conquistas da moeda, como controle da inflação e queda da pobreza (foto/Divulgação)

FHC: ex-presidente ressalta conquistas da moeda, como controle da inflação e queda da pobreza (foto/Divulgação)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 1 de julho de 2014 às 18h00.

Última atualização em 14 de junho de 2024 às 17h41.

São Paulo - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou, em gravação de áudio, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva "se enganou tanto" ao ter sido "descrente" com o Plano Real que "depois se esforçou, quando presidente, para manter a moeda estável".

No registro, divulgado na página que mantém na rede social Facebook, Fernando Henrique recorda a adoção da nova moeda, que entrou em vigor em 1º de julho de 1994 e completa duas décadas nesta terça-feira, 1º.

"Houve os descrentes. O presidente Lula dizia que o real não era um sonho, era um pesadelo; se enganou", afirmou.

O ex-presidente tucano criticou também as atuais "dificuldades com a estabilização".

"O povo todo está à espera de medidas que mantenham a moeda estável porque o povo aprendeu que a inflação, a carestia, é o seu pior inimigo", disse.

De acordo com FHC, o Plano Real foi "fruto de um enorme esforço" de uma equipe econômica que ele comandava como ministro da Fazenda na gestão do ex-presidente Itamar Franco.

"O país havia estado cansado da inflação, 20%, 30% ao mês. Não havia salário que fosse suficiente para fazer frente à carestia, ao aumento de preços", disse.

O ex-presidente declarou na gravação que, quando a economia foi estabilizada, a inflação começou a cair imediatamente e houve uma diminuição da pobreza de 40% para 30%.

"As pessoas podiam confiar que não precisavam sair correndo para fazer compra mal recebessem o salário, porque confiavam que a moeda poderia ser estável", prosseguiu.

"Graças a isso", acentuou, "houve a possibilidade de novas políticas sociais, de novas políticas econômicas". "Tão importante quanto (as novas políticas), reganhamos a crença no futuro do Brasil."

Segundo FHC, há muito o que celebrar pelas duas décadas de real. "É por isso que, com emoção, eu me refiro a esses dias e volto a falar ao povo de Poços de Caldas, cidade na qual, pela primeira vez, senti a emoção de termos conseguido criar uma moeda nova, o real", acrescentou.

O aniversário de 20 anos do Plano Real será celebrado nesta quarta-feira, 2, a partir das 14 horas, no Palace Hotel, em Poços de Caldas, no sul de Minas Gerais. A moeda foi lançada no município pelo então presidente Itamar Franco e por FHC.

Acompanhe tudo sobre:PersonalidadesPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos TrabalhadoresPolítica no BrasilMoedasLuiz Inácio Lula da SilvaFernando Henrique CardosoRealPlano Real 30 anos

Mais de Economia

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo

Brasil será menos impactado por políticas do Trump, diz Campos Neto