Economia

Lula quer China na luta por nova ordem mundial

O aumento do comércio entre Brasil e China também foi um dos destaques do discurso de Lula

Lula e Hu Jintao assinam acordos bilaterais  (.)

Lula e Hu Jintao assinam acordos bilaterais (.)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de abril de 2010 às 15h31.

Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira durante declaração realizada ao lado do presidente da China, Hu Jintao, que as conquistas obtidas pelos dois países nos últimos anos obrigam seus dirigentes a lutar por uma nova ordem internacional.

O aumento do comércio bilateral --que subiu 780 por cento desde 2003, para 36 bilhões de dólares no ano passado-- também foi foco do discurso de Lula, que cobrou o incremento do valor agregado dos produtos brasileiros exportados.

"A China tornou-se nosso principal parceiro comercial e o maior mercado para nossas exportações. No entanto, para que a promessa do comércio Sul-Sul seja uma realidade, o Brasil precisa aumentar o valor agregado das suas vendas", disse Lula. "O setor aeronáutico pode ajudar a tornar nossas trocas mais equilibradas."

Dirigindo-se a Hu Jintao, com quem assinou atos bilaterais no Itamaraty, o presidente brasileiro fez um pequeno balanço de sua gestão.

"O Brasil que Vossa Excelência (Hu Jintao) está revendo hoje é muito diferente daquele que conheceu em 2004, quando aqui esteve", disse Lula.

"Como a China, o meu país reencontrou-se com a sua vocação para o desenvolvimento e está superando vulnerabilidades econômicas e sociais históricas. Começou a pagar suas dívidas seculares com os milhões de pobres do meu país e consolidou um mercado interno vigoroso que é o motor do nosso crescimento", afirmou o presidente.

Ele mencionou então a necessidade das cobranças internacionais dentro do que chamou de "globalização assimétrica". "A partir destas conquistas temos condições e mesmo a obrigação de lutar por uma outra ordem internacional."

O presidente brasileiro também terá encontros bilaterais nesta tarde com o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, e com o presidente da África do Sul, Jacob Zuma.

Índia, Brasil e África reúnem-se ainda no fórum batizado de Ibas. Mais tarde, será a vez da reunião dos países que formam o Bric (Brasil, Rússia, Índia e China).

Marcada para sexta-feira, a reunião dos países do Bric foi antecipara para esta quinta depois da decisão do presidente chinês de antecipar sua partida devido aos fortes terremotos ocorridos desde quarta-feira na província de Qinghai, no noroeste do país. Mais de 600 pessoas morreram.

Leia mais sobre a China.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaÁsiaChinaComércioComércio exteriorDados de BrasilLuiz Inácio Lula da SilvaPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor