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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou um evento da Caixa Econômica Federal hoje para mais uma vez provocar a oposição. Em tom irônico, Lula disse que era melhor não mostrar números da Caixa do seu governo e do governo anterior, que pouco antes foram apresentados a uma plateia pela presidente do banco federal, Maria Fernanda Ramos Coelho, apontando o salto no volume de financiamentos nos últimos anos.
"Eu nem queria que ninguém do outro governo visse. Sinceramente, se puder esconder, esconda. Ou mostra só os nossos ou só os deles. Porque é uma vergonha. Porque este País passou 25 anos atrofiado. Esse País ficou paralisado, não investia em habitação", afirmou o presidente. Segundo Lula, em seu governo, o País começou a se encontrar e em cerca de seis anos será a quinta economia do mundo. "Este País se encontrou com seu destino. Não há espaço para a pequenez", acrescentou.
O presidente disse que não há expectativa de retrocesso para o Brasil porque o "povo está aprendendo a ter autoestima". De acordo com o presidente, foi vencida a tese de que tudo que é público é ruim e tudo o que é privado é bom, tanto que muitas empresas do setor privado buscam recursos humanos formados no serviço público.
Ele rebateu a tese de que o governo contou com golpes de sorte, como a descoberta do petróleo na camada pré-sal. "Para encontrar petróleo no pré-sal, foram cinco vezes mais investimentos em pesquisa e desenvolvimento", disse Lula. Ele ressaltou ainda que muitos diziam que o Brasil não teria condições de produzir plataformas, sondas, navios para explorar petróleo, e hoje está provado o contrário.
De acordo com o presidente, nessa crise, o Brasil saiu muito melhor que os países desenvolvidos e não precisou dos palpites do Fundo Monetário Internacional (FMI) para isso. O presidente destacou o papel dos bancos públicos nesse processo, em particular o da Caixa, que promovia o evento no qual foi feito o discurso.
Em seu pronunciamento, o presidente aproveitou para criticar a Seleção Brasileira da última Copa do mundo. Ele disse que faltou um líder que, como o jogador Didi em 1958, pegasse a bola no gol quando a Holanda marcou seu primeiro tento e convocasse os jogadores a vencer a partida. "O ser humano é 60% a 70% emoção e motivação", afirmou.
A presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Coelho, em discurso no mesmo evento, mostrou números sobre o forte crescimento da instituição em diversas frentes nos últimos anos, superando a fase em que a autoestima do banco federal era baixa. "Não sei se a gente virou um cisne, mas certamente a gente não é mais um patinho feio", afirmou.