Economia

Lula diz que Brasil pode importar arroz e feijão devido a chuvas no RS, para evitar alta de preços

Presidente lembrou dos temporais que atingira a Bahia em 2022 e sem citar Bolsonaro afirmou que lembrava que "o presidente da República estava passeando em um jet ski"

Lula: governo atual enfrenta muitos desafios em diversos setores (Ricardo Stuckert / PR/Flickr)

Lula: governo atual enfrenta muitos desafios em diversos setores (Ricardo Stuckert / PR/Flickr)

Agência o Globo
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Publicado em 7 de maio de 2024 às 11h41.

Última atualização em 7 de maio de 2024 às 17h00.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira, 7, que com as chuvas que atingem o Rio Grande do Sul o governo cogita importar arroz e feijão para equilibrar a produção e evitar um aumento dos preços.

— Agora com a chuva eu acho que nós atrasamos de vez a colheita (do arroz) do Rio Grande do Sul. Se for o caso para equilibrar a produção, a gente vai ter que importar arroz, a gente vai ter que importar feijão para que a gente coloque na mesa do povo brasileiro um preço compatível com aquilo que ele ganha — afirmou Lula durante entrevista a rádios.

As fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul já deixaram 90 mortos confirmados, 132 desaparecidos e 361 pessoas feridas até esta terça-feira. Os temporais, que começaram em 27 de abril, ganharam força no dia 29 e já afetaram mais de 1,3 milhão de pessoas em território gaúcho, de acordo com o último boletim da Defesa Civil.

Mais de 155 mil pessoas estão desalojadas e outros 48 mil estão em abrigos. A marca já supera a última tragédia ambiental no estado, em setembro de 2023, quando 54 pessoas morreram.

Durante a entrevista, Lula lembrou dos temporais que atingira a Bahia em 2022. Sem citar o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro, Lula afirmou que lembrava que "o presidente da República estava passeando em um jet ski".

Na época, Bolsonaro passava férias no litoral de Santa Catarina e era visto com frequência andando de moto aquática. Ao todo, 25 pessoas morreram e 32.594 ficaram desabrigadas. Bolsonaro não visitou as áreas atingidas.

— Eu lembro quando teve a cheia na Bahia, em 2022. Eu lembro que o presidente da República estava passeando em um jet ski em Fernando de Noronha e não se preocupou. Eu lembrei esse caso para chamar a atenção para o seguinte: ainda tem muita fake news contando mentira sobre o Rio Grande do Sul, desmerecendo as pessoas que estão trabalhando.

O presidente afirmou também que os ministérios já estão autorizados a começar a liberar novos recursos a partir de hoje para os primeiros socorros no estado e que espera que o governador Eduardo Leite apresente um valor aproximado do que será necessário para reconstruir o estado.

Nesta terça-feira, Lula pediu que o Congresso Nacional reconheça o estado de calamidade pública no país para atendimento às cidades atingidas. Na prática, a intenção do governo é uma autorização do Legislativo para repassar verbas às regiões alagadas de forma sem precisar cumprir regras fiscais. O texto já foi aprovado pela Câmara e há expectativa da aprovação pelo Senado nesta terça-feira.

A Constituição prevê, desde 2021, durante a pandemia da Covid-19, que o presidente da República pode pedir o estado de calamidade pública orçamentária, com o objetivo de adotar um regime fiscal extraordinário para atendimento de gastos com tragédias e crises de saúde pública.

A assinatura da mensagem presidencial pedindo a aprovação aconteceu no Palácio do Planalto, ao lado dos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), além do vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Edson Fachin.

O presidente afirmou que o ato foi para fazer um trabalho de forma "unitária" para que a "burocracia não crie entraves".

— Ontem tomamos a primeira iniciativa, e eu fiz questão de convidar o presidente da Câmara, Senado, Tribunal de Contas e Suprema Corte para fazer um trabalho de forma unitária em todos os poderes

No mesmo programa, Lula disse que fica "irritado" com as discussões sobre o déficit fiscal nas contas públicas, e que "não vai gastar, nunca, mais do que precisa gastar".

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