Economia

Lula chama corte gastos de 'medida extraordinária': 'Temos que cumprir o arcabouço fiscal'

O pacote anunciado prevê uma economia de R$ 70 bilhões nos próximos dois anos

Pacote do governo prevê economia de R$ 70 bilhões (Luis ROBAYO/AFP)

Pacote do governo prevê economia de R$ 70 bilhões (Luis ROBAYO/AFP)

Agência o Globo
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Publicado em 28 de novembro de 2024 às 19h32.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou como “extraordinária” a série de medidas de contenção de despesas anunciadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta quarta-feira. O pacote, que visa uma economia de R$ 70 bilhões nos próximos dois anos, também inclui ajustes na cobrança do Imposto de Renda para diferentes faixas salariais.

O pacote de contenção de despesas foi discutido por Lula em um evento sobre a Transnordestina, em companhia do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e do presidente da Câmara, Arthur Lira, além dos líderes da Câmara dos Deputados.

Em sua fala, Lula destacou a necessidade de cumprir o arcabouço fiscal, que exige a redução de gastos. “Foi anunciado ontem pelo Fernando Haddad, eu participei da reunião com o presidente do Senado e da Câmara, com os líderes da Câmara dos Deputados, uma medida extraordinária que é de contenção do excesso de despesas”, afirmou.

Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil

Uma das principais medidas que gerou repercussão foi a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês. Lula declarou que essa política de renda tem o objetivo de beneficiar as camadas mais pobres da população: “Apresentamos uma política de renda para garantir que as pessoas que ganham até R$ 5 mil não paguem mais Imposto de Renda, porque não é possível que os pobres sejam aqueles que pagam Imposto de Renda.”

Medidas para os mais ricos

Por outro lado, para quem recebe mais de R$ 50 mil por mês, o governo estabeleceu uma cobrança mínima de 10% de Imposto de Renda. O presidente explicou que essa medida foi adotada “sem nenhum abuso”, buscando uma cobrança proporcional, mas sem sobrecarregar os mais ricos.

“Ao mesmo tempo, a gente pega aquelas pessoas mais ricas, sem nenhum abuso, com muita neutralidade, a gente cobra um percentual daquilo que eles ganham, que é muito baixo. Ou seja, cobrar 10% de quem ganha acima de 50 mil, acima de 100 mil, acima de 200 mil, acima de 1 milhão. Uma coisa muito tranquila, que vai para o Congresso Nacional”, completou.

O pacote de contenção fiscal tem o objetivo de gerar uma economia de R$ 70 bilhões nos próximos dois anos e inclui outras ações, como a limitação do crescimento do salário mínimo, maior controle sobre o BPC (Benefício de Prestação Continuada) e um aperto nos critérios de acesso ao abono salarial.

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