Economia

Luiz Marinho diz esperar que cortes da Selic continuem e que análises olhem o mundo real

Ministro do Trabalho defendeu que os indicadores positivos não devem ser considerados um alerta para a atividade do Banco Central

Luiz Marinho, ministro do Trabalho (Divulgação/Agência Brasil)

Luiz Marinho, ministro do Trabalho (Divulgação/Agência Brasil)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 29 de maio de 2024 às 14h54.

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, voltou nesta quarta-feira, 29, a rebater avaliações de que o mercado de trabalho aquecido deva ser um ponto de atenção para a continuidade de cortes na Selic.

Em coletiva sobre os dados do Caged de abril - que registrou o melhor saldo para o mês na série histórica iniciada em 2020 -, Marinho afirmou que indicadores positivos não devem ser considerados um alerta para a atividade do Banco Central e defendeu a necessidade da continuidade do ciclo de cortes para "ajudar no crescimento da economia."

"Dados de trabalho na verdade justificam necessidade de continuidade da queda de juros, para poder continuar ajudando no crescimento", afirmou o ministro.

Marinho foi questionado sobre as avaliações mais recentes do mercado financeiro, de que a Selic terminará o ano acima de 10%, e sobre a diminuição do ritmo de cortes pelo BC. Respondeu reforçando que há necessidade de a taxa continuar caindo, esperando que termine o ano em um patamar com menos de dois dígitos.

"Não estamos com juros baixíssimos se comparados globalmente, e isso atrapalha os dados econômicos. Espero que o BC analise com um olhar de que a economia deve continuar gerando empregos. Os salários ainda estão baixos, é preciso crescer os salários, esse crescimento de 1,8% em abril não justifica", afirmou o ministro, segundo quem é necessário que a autoridade monetária não ouça somente analistas de mercado, mas também o setor produtivo.

"Para analistas de mercado financeiro, quanto mais juro, melhor. O sistema financeiro tem prerrogativa de ganhar muito sem produzir nada. O tal do mercado que só pensa que quanto mais juros, mais fácil para acumular riqueza. Essa é uma leitura que chamo atenção e pedimos que o BC assim o veja", concluiu o ministro.

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