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Lucro das empresas da Bovespa deve crescer 26% em 2010, diz Merrill Lynch

Mesmo com cenário de alta dos juros, perspectiva é de bom desempenho para o mercado de ações

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 6 de outubro de 2009 às 16h07.

As perspectivas para a economia brasileira em 2010 são cada vez mais otimistas, segundo a equipe de analistas da Merrill Lynch. A melhora da economia mundial e a rápida recuperação das condições de trabalho fizeram com que o banco revisasse sua previsão de crescimento para o país de 4,5% para 5,3% no próximo ano. Os analistas recomendam que os investidores aumentem sua participação no mercado de ações brasileiro, pois os lucros na Bovespa devem chegar a 26%.

Esta retomada dos lucros, que já vem sendo observada em 2009, com uma alta acumulada do Ibovespa que já chega a 60%, deve se manter, impulsionada principalmente por fatores como o fortalecimento do real, os juros baixos para os financiamentos, um cenário de atividades domésticas robustas e uma recuperação dos volumes e preços das commodities que o país produz e exporta.

O relatório da Merrill Lynch aponta ainda para a capacidade que a economia brasileira vem demonstrando para se enfrentar os efeitos da crise. Segundo os analistas, as principais causas desta recuperação são o baixo nível de alavancagem do consumo, das empresas e do governo, além do forte posicionamento das contas externas em termos da balança de pagamentos, das reservas externas e do acesso ao crédito, e os efeitos positivos das políticas fiscal e monetária do Brasil.

Tendo em vista estas perspectivas de um cenário favorável para a economia brasileira, os analistas da Merrill Lynch acrescentam que o único risco de curto prazo para que as previsões não se confirmem seria uma política de elevação dos juros. Entretanto, os analistas não consideram provável um aperto econômico em 2010, principalmente porque é esperado que inflação continue em níveis aceitáveis mesmo com um elevado crescimento do país. A previsão do Merrill Lynch é que o Banco Central (BC) continue mantendo a taxa Selic no atual patamar de 8,75%.

Mas mesmo que o BC opte por se precaver contra um possível crescimento da inflação nos próximos meses, desenvolvendo uma política de aumento de juros, o otimismo dos analistas em relação ao Brasil permanece, bem como sua opinião sobre o mercado de ações do país. O principal argumento é o fato de que a elevação dos juros seria o reflexo de uma forte atividade econômica, e não de crise, o que é um fator positivo para o desempenho das ações das empresas. Além disso, o relatório da Merrill Lynch aponta que, com base em exemplos históricos de aumento dos juros em países da América Latina, essa realidade não significou uma queda no desempenho dos papéis.

Apesar da baixa probabilidade, se as autoridades monetárias optarem por prevenir a inflação, utilizando as taxas de juros como mecanismo de defesa, alguns setores da economia podem trazer aos investidores melhores oportunidades. O primeiro citado pelo relatório é o de infra-estrutura, pois as empresas concessionárias têm suas receitas reajustadas em função da meta de inflação, como forma de proteção contra elevados índices de preços ao consumidor. Nesse caso, os analistas recomendam a compra de ações de empresas do setor energético, como Cesp, Tractebel e Cemig.

Outro setor que deve render bons resultados em um cenário de inflação e juros altos é o de commodities, uma vez que os preços de tais mercadorias são os primeiros a subir nessas situações. A recomendação da Merrill Lynch é que os investidores comprem ações de companhias como ALL, Bradespar, Vale, CSN e Petrobras.

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