Ex-braço direito deTrichet, Papademos tem o desafio de tirar a Grécia da crise (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 7 de novembro de 2011 às 10h24.
São Paulo – Sob forte pressão desde a semana passada, George Papandreou renuncia nesta segunda-feira ao cargo de primeiro-ministro da Grécia. O nome mais cotado para liderar o governo antes das eleições marcadas para fevereiro de 2012 é o de Lucas Papademos, 65 anos, ex-vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE).
Com sólida experiência na área acadêmica e financeira, Papademos é uma figura bastante respeitada na Grécia. Ele estudou no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês) nos Estados Unidos durante a década de 70, se formando em Física. Posteriormente, fez mestrado em Engenharia Elétrica e doutorado em Economia.
Embora tenha publicado diversos artigos sobre teoria e política macroeconômica, além de ocupar o cargo de acadêmico em diversas universidades (Columbia, Harvard e Universidade de Atenas), Papademos ganhou notoriedade como economista na Grécia.
Após uma temporada no Escritório do Federal Reserve (Fed, banco central americano) em Boston, Papademos se tornou economista-chefe do Banco Central da Grécia em 1985, para então se tornar governador da autoridade monetária em 1994.
Durante o período em que permaneceu no cargo, ele esteve envolvido diretamente com a adesão da Grécia à Zona do Euro em 2001. Na época, Papademos afirmou que eram “numerosos os benefícios para a Grécia ao adotar a nova moeda”.
Após a sua saída do BC grego em 2002, Papademos se tornou vice-presidente do BCE, onde trabalhou ao lado de Jean-Claude Trichet. Em 2010, ele deixou o cargo para servir como conselheiro do primeiro-ministro grego, George Papandreou.
Transição
Papademos irá comandar a Grécia até que um novo governo seja formado nas eleições antecipadas para o dia 19 de fevereiro de 2012. A notícia deve acalmar os ânimos dos investidores nos mercados financeiros em todo o mundo nesta segunda-feira, que vinham mostrando volatilidade por conta das incertezas no país.
O atual premiê grego, George Papandreou, enfrentava forte oposição desde o dia 1º de novembro, quando anunciou que pretendia fazer um referendo sobre a ajuda financeira europeia, fechada uma semana antes. Depois disso, o premiê passou por voto de confiança no Parlamento, na última sexta-feira, mas sua manutenção no cargo continuou ameaçada e acabou insustentável.