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Lira diz que governo não tem votos para urgência do pacote fiscal

Presidente da Câmara acrescentou, porém, que requerimento para acelerar propostas deve ser votado nesta quarta

Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Marina Ramos/Agência Câmara)

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Agência o Globo
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Publicado em 4 de dezembro de 2024 às 16h25.

Última atualização em 4 de dezembro de 2024 às 18h24.

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O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta, 4, que atualmente o governo não possui votos suficientes para aprovar a urgência dos projetos do pacote fiscal, que incluem medidas de corte de gastos e mudanças em benefícios sociais. O conjunto de propostas encaminhadas pelo Poder Executivo prevê a redução das despesas em até R$ 70 bilhões em dois anos.

Lira também destacou que a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino, relacionada às emendas parlamentares, tem gerado "intranquilidade legislativa". Embora Lira não tenha citado Dino nominalmente, ele enfatizou que a decisão do STF, que reinterpreta emendas aprovadas por lei, cria um ambiente de instabilidade no Congresso.

"O Congresso aprovou uma lei, essa lei foi sancionada, dando o que eu sempre falo de transparência, rastreabilidade, tranquilidade, e quem fizer errado na ponta tem todos os órgãos de controle para tomar conta", explicou Lira durante evento do site Jota.

"Mas o fato de ter sido uma lei votada pela Câmara, pelo Senado, sancionada pelo presidente da República, e logo em seguida uma outra decisão remodelando tudo o que foi votado, causa muita, muita intranquilidade legislativa," completou. "Hoje o governo não tem voto sequer para aprovar as urgências dos PLs (projetos de lei)".

Congresso pode acelerar votação das urgências

Apesar das dificuldades, Lira garantiu que o Congresso não "vai faltar" ao compromisso com a aprovação das medidas fiscais. Ele indicou que, após o adiamento da votação dos requerimentos de urgência, o Congresso deve votar uma das urgências nesta quarta-feira.

"Eu não tenho dúvida que o Congresso não vai faltar, agora está num momento de muita instabilidade, de muita ansiedade, de muita turbulência interna por causa desses acontecimentos", afirmou.

Projetos do Pacote Fiscal

Neste momento, o governo busca a aprovação de urgências para projetos que envolvem temas como o Benefício de Prestação Continuada (BPC), Bolsa Família e mudanças nas regras de correção do salário mínimo. Outro projeto do pacote fiscal propõe a proibição de concessão, ampliação ou prorrogação de incentivos tributários em caso de déficit fiscal, além de prever o bloqueio de emendas parlamentares.

Além disso, o governo enviou à Câmara uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que altera as regras de concessão de abono salarial, mas a PEC foi retirada da pauta devido à falta de votos para garantir sua admissibilidade na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Lira ressaltou que o Congresso continuará a trabalhar, apesar das tensões internas. "Vai se ter, sim, essa semana, a próxima, a outra, muito trabalho, muita conversa, muito convencimento para que essas matérias saiam," afirmou.

Desafio do orçamento

Lira também enfatizou que, com o fim do ano se aproximando, as medidas fiscais precisam ser aprovadas dentro das próximas três semanas, já que o Orçamento de 2024 também precisa ser ajustado aos cortes. "As medidas, ao meu ver, precisam ser votadas nestas três semanas porque ainda temos o Orçamento para entregar até o final do ano, que precisa estar enquadrado nesses cortes," disse Lira.

O presidente da Câmara reconheceu a gravidade dos problemas econômicos que o Brasil enfrenta, afirmando que, apesar do menor índice de desemprego histórico, há uma escassez de mão de obra qualificada para as necessidades das empresas. Lira também criticou a falta de filtro em alguns ministérios, o que prejudica a efetividade de programas sociais.

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