Economia

Líderes financeiros apoiam reformas na UE e nos EUA

A chefe do FMI, Christine Lagarde, afirmou que as nações diminuíram suas diferenças sobre como implementar políticas, buscando suprimir as discordâncias entre o Fundo


	O economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard, em Tóquio
 (Yoshikazu Tsuno/AFP)

O economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard, em Tóquio (Yoshikazu Tsuno/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de outubro de 2012 às 11h49.

Tóquio - Líderes financeiros mundiais apoiaram neste sábado uma série de reformas com o objetivo de pressionar <strong><a href="https://exame.com/noticias-sobre/europa" target="_blank">Europa</a></strong> e Estados Unidos a combater o déficit que ameaça paralisar o crescimento econômico global.</p>

Para que possa haver monitoramento entre os países, as nações --reunidas sob a égide do Fundo Monetário Internacional (FMI)-- concordaram em rever seus progressos daqui a seis meses.

A agenda do encontro, contudo, ficou focada em resumir medidas planejadas previamente, como estabelecer um novo programa de compra de títulos pelo Banco Central Europeu e evitar o "abismo fiscal" norte-americano de corte de gastos e aumento de impostos, que deve acontecer no próximo ano.

A lista de reformas foi um reconhecimento de frustração dentro do FMI e entre muitos mercados emergentes à lenta resposta aos grandes riscos que a economia mundial corre.

A chefe do FMI, Christine Lagarde, afirmou que as nações diminuíram suas diferenças sobre como implementar políticas, buscando suprimir as discordâncias entre o Fundo e a Alemanha sobre o quão rápido os países endividados, como a Grécia, devem promover cortes orçamentários.

"Não houve objeção à recomendação que demos aos membros, que foi A-J-A-M", afirmou Lagarde, soletrando a palavra letra por letra.

"Podemos não concordar sempre em tudo, mas creio que há um consenso geral de que a ação coletiva produzirá resultados", afirmou Lagarde aos repórteres.


Em um comunicado emitido após dois dias de conversas, membros do FMI alertaram que o crescimento econômico global estava desacelerando e que incertezas e riscos substanciais permanecem em jogo.

Mas o painel diretivo do FMI, representando os 188 países que são membros do Fundo, elogiou as medidas que já foram tomadas, particularmente na Europa, para fazer o sistema financeiro mais seguro, mesmo que as políticas não sejam amplas o suficiente.

"Todos os membros concordaram que estamos em melhor posição hoje do que há seis meses", afirmou o vice-primeiro-ministro de Cingapura, Tharman Shanmugaratnam, presidente do comitê.

O ministro da Economia da Espanha, Luis de Guindos, disse sentir que o ânimo com o seu país está aumentando. A Espanha está sob pressão para buscar auxílio internacional enquanto luta para lidar com um alto déficit do governo e o custo para recapitalizar seus bancos.

"A atmosfera, dos membros do Fundo Monetário Internacional ao setor privado, é muito mais positiva do que antes do verão (europeu)", afirmou De Guindos.

Entretanto, líderes financeiros deixam o encontro com pouca evidência concreta de que novos progressos estão sendo alcançados nas nações endividadas do mundo, devido a problemas políticos.

As eleições presidenciais nos Estados Unidos e a troca de liderança na China, que ocorre uma vez por década, acontecerão daqui a algumas semanas. A zona do euro precisa direcionar decisões em vários governos nacionais, com o ministro das Finanças da Rússia, Anton Siluanov, comparando a tarefa a manobrar um tanque com 17 capitães no comando.

"Se você decide virar para um lado, isso acontece muito lentamente", afirmou.

Acompanhe tudo sobre:Crise econômicaEstados Unidos (EUA)EuropaFMIPaíses ricos

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto