Economia

Líderes esperam que Obama impulsione economia global

A ajuda de Obama para fomentar a criação de emprego e o crescimento em seu segundo mandato à frente da maior economia do planeta é um dos pedidos mais repetidos

Obama comemora a vitória: a situação na Síria, a estagnação do processo de paz no Oriente Médio e a mudança climática são alguns dos principais desafios do novo presidente (REUTERS)

Obama comemora a vitória: a situação na Síria, a estagnação do processo de paz no Oriente Médio e a mudança climática são alguns dos principais desafios do novo presidente (REUTERS)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de novembro de 2012 às 13h59.

Redação Internacional - A comunidade internacional expressou, nesta quarta-feira, a esperança de que a reeleição de Barack Obama como presidente dos Estados Unidos impulsione a recuperação da economia mundial, além de estreitar a cooperação em temas como a crise síria e a mudança climática.

A ajuda de Obama para fomentar a criação de emprego e o crescimento em seu segundo mandato à frente da maior economia do planeta é um dos pedidos mais repetidos pelos numerosos governos mundiais que já felicitaram o vencedor.

França, Reino Unido, Alemanha, Israel, Palestina, Rússia, Espanha, Egito e Japão, além de órgãos como União Europeia, Otan e ONU, figuram entre os primeiros a reagir após o triunfo de Obama frente ao candidato republicano, Mitt Romney.

Tanto a chanceler alemã, Angela Merkel, como o presidente francês, François Hollande, além do primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, se mostraram alegres pela vitória e felicitaram Obama.

Merkel destacou o "apreço extraordinário" por seu trabalho com Obama nos últimos anos, especialmente em temas como "a superação da crise financeira e econômica mundial, a missão conjunta no Afeganistão e o programa nuclear iraniano".

Cameron, que qualificou Obama como "um presidente dos Estados Unidos com muito êxito", também destacou que tem "aprendido muito trabalhando ao lado dele nos últimos anos" e que nos próximos anos "há muito por fazer".

"Necessitamos impulsionar a economia mundial e chegar a um acordo comercial entre EUA e a UE", disse, além de citar a crise síria como um dos assuntos que terão que ser abordados com Obama.


Para Hollande, o triunfo de Obama ilustra "uma aposta clara em favor de um país aberto, solidário e plenamente comprometido com o cenário internacional" e que seus cidadãos estão "conscientes dos desafios do planeta: a paz, a economia e o meio ambiente".

"Estou convencido que durante seu novo mandato, reforçaremos ainda mais nossa aliança para favorecer o retorno do crescimento econômico em nossos países, para lutar contra o desemprego e para encontrar soluções às crises que nos ameaçam, em particular no Oriente Médio", indicou.

A UE, segundo o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, e o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Duran Barroso, quer seguir colaborando para criar crescimento de empregos, uma "prioridade" em plena crise, com um "parceiro estratégico" para uma "cooperação próxima" estabelecida com Obama ao longo dos últimos anos.

Israel, outro importante parceiro dos EUA, também expressou sua felicitação a Obama, embora o primeiro- ministro, Benjamin Netanyahu, preferia uma vitória de Romney, de quem é amigo pessoal.

"A aliança estratégica entre EUA e Israel é mais forte do que nunca. Seguirei trabalhando com o presidente Obama para garantir os interesses que são vitais para a segurança dos cidadãos israelenses", afirmou Netanyahu.

Diferentemente de Netanyahu, seu partido e a direita israelense consideram que Obama "não é bom para Israel" e temem que comece a pressionar para "fazer concessões" com os palestinos, que, por sua vez, aproveitaram para pedir ao líder que apoie suas reivindicações.

Assim, o negociador da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Saeb Erekat, se mostrou convencido de que Obama ajudará em seu pedido à ONU de se transformar em Estado, enquanto o movimento islamita Hamas, que governa em Gaza, pediu uma postura "mais equilibrada" para a questão palestina e, em geral, rumo ao mundo árabe.


O presidente egípcio, Mohammed Mursi, também felicitou Obama e pediu um impulso nos laços de amizade entre ambos os países, enquanto outro de seus grandes aliados no mundo árabe, a Arábia Saudita, destacou que as relações entre Riad e Washington são "históricas e fortes".

No contexto da política internacional, Rússia e China, as duas potências do Conselho de Segurança da ONU mais afastadas dos Estados Unidos, reagiram com certo alívio perante o triunfo de Obama, já que uma vitória de Romney faria com que as relações ficassem mais difíceis.

O presidente russo, Vladimir Putin, avaliou "muito positivamente" o triunfo de Obama, com quem espera que as "relações bilaterais e de cooperação entre Rússia e EUA na cena mundial em prol da segurança internacional e a estabilidade siga acontecendo e se aperfeiçoando".

Mais contundente ainda, o primeiro-ministro russo, Dimitri Medvedev ficou feliz com a derrota de Romney. "Estou contente que o presidente de um país grande e influente não vai ser uma pessoa que considera a Rússia o inimigo número um. Isso é paranoia", declarou.

Com relação a Obama, disse que é "um presidente bastante bem-sucedido" e "um parceiro transparente e previsível".

Também a China, que nestes dias renova sua cúpula dirigente, reagiu com alívio ao triunfo de Obama.

Em sua mensagem de felicitação a Obama, o ainda presidente da China, Hu Jintao, destacou seu trabalho, assegurando que "nos últimos quatro anos e graças aos esforços de ambas as partes, as relações entre EUA e China tiveram um progresso positivo".

A situação na Síria, a estagnação do processo de paz no Oriente Médio e a mudança climática são alguns dos principais desafios de Obama no mundo, como lembrou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que confiou em seguir contando com a "cooperação duradoura" de Washington. 

Acompanhe tudo sobre:Barack ObamaEleições americanasPersonalidadesPolíticos

Mais de Economia

Manifestantes se reúnem na Avenida Paulista contra escala 6x1

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto