Jovens europeus protestam contra o desemprego juvenil causado pela crise no continente, em Paris (AFP)
Da Redação
Publicado em 12 de novembro de 2013 às 18h13.
Paris - Líderes europeus prometeram na terça-feira assumir como prioridade a luta contra o desemprego juvenil no bloco, mas não apresentaram novas ideias para um problema que ameaça gerar turbulências sociais e desconfiança em relação aos partidos estabelecidos.
Quase 6 milhões de pessoas com menos de 25 anos de idade estão sem trabalho na União Europeia, sendo que o índice de desemprego juvenil se aproxima de 60 por cento na Espanha e na Grécia.
Uma cúpula sobre o mercado de trabalho realizada em julho em Berlim definiu planos para destinar pelo menos 6 bilhões de euros nos próximos dois anos à solução desse problema - uma grande cifra para as manchetes, mas que parece menos impressionante quanto dividida entre os muitos focos de desemprego elevado na região.
Recebendo uma nova cúpula sobre o tema em Paris, o presidente da França, François Hollande, disse que qualquer nação que tiver apresentado um plano nacional para o combate ao desemprego juvenil até o final do ano irá imediatamente receber verbas da UE para sua implementação.
"É crucial agir rapidamente", disse Hollande. "Não podemos abandonar uma geração (...), precisamos de emprego e treinamento que ofereçam perspectivas reais para os jovens." Apesar da promessa de uma rápida liberação de verbas, os líderes da UE não prometeram dinheiro adicional nem propuseram nenhuma iniciativa pan-europeia para estimular a contratação de uma geração que o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, descreveu como "perdida".
O presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, conclamou os Estados membros a promoveram reformas trabalhistas a fim de estimular as contratações, e disse que espera ver uma redução do desemprego no ano que vem.
"A recuperação econômica está ganhando forma (...). Podemos esperar que daqui a 14 meses todos os países na zona do euro terão visto uma tendência positiva no mercado de trabalho", disse ele.
Os líderes alertaram contra tentativas de culpar a União Europeia pelo desemprego - um tipo de comportamento que parece estar ajudando partidos de extrema direita a ganharem terreno em vários países do bloco.
Trabalhadores do setor alimentício, com a adesão de grupos de ultradireita que responsabilizam a UE pela destruição de postos de trabalho, têm realizado protestos violentos neste mês no oeste da França, enquanto a Grécia vem reprimindo o partido anti-UE Aurora Dourada após uma série de incidentes violentos.
"Devemos demonstrar que a Europa é parte da solução, não do problema", disse Barroso. "Não é a Europa que criou o problema - as divergências nas políticas que criaram o problema."