Economia

Licitação para corredores de ônibus em São Paulo é suspensa

Segundo presidente do Tribunal de Contas do Município, a prefeitura não indicou a fonte dos R$ 4,7 bilhões necessários para as obras, além de outros problemas


	Ônibus em São Paulo: suspensão afetou as concorrências de dez corredores, em um total de 129 quilômetros
 (Wikimedia Commons)

Ônibus em São Paulo: suspensão afetou as concorrências de dez corredores, em um total de 129 quilômetros (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de janeiro de 2014 às 17h50.

São Paulo – O Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCM) suspendeu a licitação para a construção de corredores de ônibus.

Segundo o presidente do tribunal, Edson Simões, a prefeitura não indicou a fonte dos R$ 4,7 bilhões necessários para as obras, além de outros problemas identificados. A suspensão afetou as concorrências de dez corredores, em um total de 129 quilômetros. Os envelopes com as propostas deveriam ser abertos na próxima sexta-feira (10).

O TCM argumentou ainda que não há justificativa para abertura de procedimentos individuais para cada uma das obras e que os procedimentos de julgamento restringem a competitividade.

A São Paulo Transporte (SPTrans), empresa responsável pelos editais, tem 15 dias para responder aos questionamentos do tribunal. A companhia municipal ainda não se manifestou sobre a decisão.

Em entrevista na manhã de hoje (8), o prefeito Fernando Haddad admitiu que os investimentos na cidade foram comprometidos com a suspensão do reajuste do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).

A prefeitura paulistana chegou a recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas não conseguiu liberar a revisão da base de cálculo do tributo. “Nós tivemos a infelicidade de ser a única gestão em 20 anos que foi proibida de atualizar a planta genérica de valores. Isso nunca ocorreu na cidade de São Paulo”, reclamou Haddad.

Segundo o prefeito, foram afetadas todas as obras que dependem de desapropriações para a execução. “Desapropriação, você só pode fazer com recursos próprios, não existe desapropriação com dinheiro emprestado. Você não pode pegar dinheiro da União para desapropriar um terreno para o Minha Casa, Minha Vida, para desapropriar um terreno para creche, para desapropriar um terreno para um corredor de ônibus”, argumentou Haddad, acrescentando que a decisão judicial afeta os investimentos em habitação, saúde, educação, transporte e drenagem.

O aumento do imposto está suspenso, em caráter liminar, até apreciação do mérito da questão pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. A suspensão atende a uma ação da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), sob alegação de que o reajuste é abusivo.

A prefeitura diz que o aumento médio do IPTU chegaria a 14,1%, em 2014. Considerando apenas os imóveis residenciais, a média ficará em torno de 10,7%. Dos cerca de 3 milhões de contribuintes, o número de isentos ficará estável em aproximadamente 1 milhão. Com a decisão judicial, a administração municipal enviou os boletos de 2014 apenas com a reposição da inflação de 5,6%.

Acompanhe tudo sobre:LicitaçõesÔnibusTransporte públicoTransportestransportes-no-brasil

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto