Hezbollah: o Governador do Banco Central Libanês afirmou que tinha decidido aplicar a medida porque "constitui uma prioridade manter o Líbano na esfera financeira mundial" (AFP)
Da Redação
Publicado em 9 de junho de 2016 às 11h21.
Beirute - O Banco Central do Líbano fechou cem contas bancárias vinculadas ao grupo xiita Hezbollah no marco das sanções previstas pela Ata para a Prevenção do Financiamento Internacional do Hezbollah, aprovada pelo Congresso dos Estados Unidos em dezembro, confirmou à Agência Efe uma fonte da entidade.
A fonte, que falou sob condição de anonimato, explicou que esta medida foi tomada aproximadamente há um mês e meio, e disse que todas as instituições do grupo ou próximas a ele estão sendo supervisionadas, inclusive a fundação Mabarrat, fundada pelo falecido aiatolá Mohamad Fadlala, e dedicada aos órfãos.
O Governador do Banco Central Libanês, Riad Salomon, afirmou ontem à noite à emissora americana "CNBC" que tinha decidido aplicar a medida americana porque "constitui uma prioridade manter o Líbano na esfera financeira mundial".
No entanto, Salomon disse que será garantido aos xiitas "seu direito de continuar recorrendo aos bancos".
O jornal "Al Akhbar", próximo ao Hezbollah, informou ontem que entre as instituições vinculadas ao grupo cujas contas foram fechadas estão o Comitê Emdad de Caridade Islâmica, a Fundação Islâmica, que administra entre outros o hospital de Al Rasul al Aazam, assim como centros de saúde, sociais e educativos.
A fonte não quis confirmar se essas contas foram fechadas, embora tenha dito à Efe que os bancos não tomarão nenhuma decisão que não seja justificada e que só serão afetadas as contas "cujas fontes não são transparentes".
"O Líbano é um país pequeno e sua economia depende dos libaneses e não de seus recursos naturais ou das exportações. Temos um bom setor industrial, mas não pesa muito em nossa economia, por isso que é primordial que se mantenha a confiança no país", acrescentou Salomon à emissora "CNBC".
A fonte disse à Efe que a maioria do dinheiro enviado ao Hezbollah "não transita por canais legítimos como os bancos, e o Estado não se beneficia dele".