Joaquim Levy: “Temos de acelerar a discussão sobre o impeachment. Quanto antes superarmos isso, melhor”, disse o ministro (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 4 de dezembro de 2015 às 15h07.
Brasília - O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, defendeu o encerramento rápido do debate sobre o impeachment.
Na primeira declaração pública sobre o assunto, ele disse que, quanto antes forem encerradas as discussões, melhor para o país porque o governo pode prosseguir com o debate em torno da aprovação de medidas econômicas necessárias que dependem do Congresso Nacional.
“Temos de acelerar a discussão sobre o impeachment. Quanto antes superarmos isso, melhor”, disse Levy em teleconferência com investidores e convidados do banco Brasil Plural.
O encontro ocorreu ontem (3) à tarde, mas o áudio só foi divulgado hoje pela assessoria do Ministério da Fazenda.
O ministro ressaltou que o país passa por um momento político “muito particular”, mas defendeu que o país precisa continuar enfrentando os desafios para manter a economia.
Ele lembrou da importância da recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) para reequilibrar as contas da Previdência Social no próximo ano.
“Estamos tomando todas as medidas possíveis e necessárias para manter a economia, mas a situação é desafiadora”, afirmou.
Ele reiterou que a CPMF é temporária para o país enfrentar um momento cíclico do impacto da recessão sobre a Previdência Social, mas disse que a seguridade social precisa de uma reforma de longo prazo.
O ministro também defendeu que gastos com programas sociais sejam rediscutidos e ressaltou que o governo está empenhado em regularizar os atrasos nos repasses a bancos públicos, como Banco do Brasil, Caixa Econômica e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
De acordo com o ministro, eventuais processos de impeachment são normais dentro da democracia. Ele lembrou que o ex-presidente norte-americano Bill Clinton enfrentou um processo semelhante.
“Há alguns anos, houve discussões sobre o impeachment nos Estados Unidos, do presidente [Bill] Clinton. Temos de estar preparados para levar isso em conta. Apesar disso, há medidas importantes no Congresso e acredito que, apesar de ontem [abertura do processo de trâmite do impeachment de Dilma], temos que continuar a nos mexer. Temos que continuar indo em frente”, declarou.