Economia

Levy diz que meta de primário de 0,7% do PIB é "factível"

Ele não descartou mais aumento de impostos ou cortes de gastos públicos


	Ministro da Fazenda, Joaquim Levy: "quanto mais tempo demorar (o ajuste), mais difícil será"
 (Ueslei Marcelino/REUTERS)

Ministro da Fazenda, Joaquim Levy: "quanto mais tempo demorar (o ajuste), mais difícil será" (Ueslei Marcelino/REUTERS)

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Da Redação

Publicado em 23 de novembro de 2015 às 13h01.

Rio de Janeiro - A meta de superávit primário de 2016 equivalente a 0,7 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) é "factível", disse nesta segunda-feira o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, reconhecendo também que, quanto mais tempo levar o ajuste fiscal, mais difícil será de alcançar o objetivo.

Diante desse cenário, ele não descartou mais aumento de impostos ou cortes de gastos públicos.

"(A meta de primário de) 0,7 por cento é factível, mas quanto mais tempo demorar (o ajuste), mais difícil será", afirmou ele durante evento no Rio de Janeiro.

O ministro disse ainda que um dos objetivos é acertar o orçamento de 2016, que ainda precisa passar pela votação no Congresso Nacional, onde há forte resistência para a recriação da CPMF, o imposto sobre transações financeiras, considerado crucial pelo governo para colocar as contas em ordem.

Levy argumentou que pontos do ajuste fiscal demoraram para ser votados e outros ainda nem foram.

"Estamos perdendo meses de arrecadação. Isso significa que vai ter de aumentar o imposto mais do que o desejado? Talvez. Ou ter de cortar os gastos mais do que o foi planejado? Talvez", afirmou o ministro durante a palestra.

Petrobras

Levy disse ainda que a Petrobras vai conseguir superar suas dificuldades atuais e que é positivo que a estatal foque em suas atividades mais cruciais.

"A Petrobras está se reinventando e acho que ela vai se reinventar ainda mais, e acho que se a gente der espaço para ela respirar nas condições dela... tenho confiança de que ela vai conseguir superar a fase atual", afirmou.

Na sexta-feira, em viagem à Nova York, o ministro havia dito que não via necessidade imediata de aporte de capital na Petrobras, embora não tenha descartado que isso venha a ocorrer no futuro, afirmando que a estatal tem dinheiro para uma quantidade de tempo razoável.

Ele repercutiu nos EUA reportagens da imprensa brasileira de que haveria discussões preliminares para um socorro da União à Petrobras nos moldes de operações feitas com bancos públicos nos últimos anos, com o uso de instrumentos híbridos de capital e dívida.

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