Economia

Levy diz que economia dá sinais de recuperação

O ministro da Fazenda disse que a economia já dá sinais de recuperação, através do crescimento das exportações


	O ministro da Fazenda, Joaquim Levy: "o resultado do PIB mostrou que a gente está em uma transição"
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy: "o resultado do PIB mostrou que a gente está em uma transição" (Ueslei Marcelino/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de março de 2015 às 20h24.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse hoje (27) que a economia brasileira já dá sinais de recuperação, através do crescimento das exportações.

Ele pontuou que o resultado fraco do Produto Interno Bruto (PIB) do ano passado reflete um momento de transição do país, que teve, em 2014, atividade econômica abaixo da expectativa.

"O resultado do PIB mostrou que a gente está em uma transição. Começa a haver recuperação das exportações. No ano passado, a contribuição das exportações e importações foi neutra, uma compensou a outra. Neste ano, esperamos que haja recuperação das exportações e que o setor externo possa ajudar o crescimento da economia. Nos últimos anos não foi assim, então esta pode ser uma mudança positiva", disse Levy, após participar, no Rio de Janeiro, de reunião do Conselho de Administração do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Levy disse que a expectativa é de recuperação do investimento no segundo semestre do ano.

"O investimento foi realmente um pouco mais fraco no ano passado. Há um esforço de que a gente veja, mais para a segunda metade do ano, uma recuperação do investimento. Isto é muito importante para a retomada do país. A própria exportação deve criar demanda por investimentos, via empresas que queiram se aparelhar não só para exportar, mas também para atender o mercado local, criando empregos", acrescentou.

Ele creditou o fraco desempenho do PIB, em 2014, inclusive à participação negativa da economia durante a Copa do Mundo.

No seu entender, "não tem grandes surpresas o resultado do PIB. Do ponto de vista puramente econômico, ele não trouxe surpresas. Indicou desaceleração, teve uma queda forte já conhecida, no segundo trimestre, durante a Copa, quando as vendas pararam, e a economia trabalhou em nível mais baixo durante os jogos.

Levy explicou que a economia sofreu, no início deste ano, os reflexos do fraco crescimento do ano anterior.

"A economia este ano começa com menos impulso, porque 2014 foi um ano de desaceleração. O nosso desafio é exatamente criar as condições para retomar o impulso que foi se enfraquecendo em 2014, apesar do pequeno crescimento trimestral que a gente observou no último trimestre. Para 2015, neste desafio de retomar o impulso, a gente tem que tomar as medidas do ajuste fiscal, de botar as contas em ordem, para as pessoas começarem a tomar as decisões, para aproveitar as oportunidades de exportação, e a gente retomar o crescimento."

Ao comentar a intensidade das medidas propostas, Levy justificou dizendo que um dos ítens que mais caíram no ano passado foi o investimento, e um dos objetivos é justamente retomar a confiança dos investidores.

Segundo ele, "olhado as contas do ano passado, a gente descobre que o investimento foi o item que mais caiu, e a gente não vai crescer se não houver investimento. Para isso, as pessoas têm que ter confiança, têm que saber para onde o governo está apontando. Ele está apontando para o equilíbrio fiscal. E para a gente poder chegar lá, o governo tem proposto, e levou para o Congresso, uma série de medidas. Algumas delas são para o governo ter o dinheiro suficiente para pagar todas as suas contas".

Acompanhe tudo sobre:economia-brasileiraJoaquim LevyMinistério da Fazenda

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto