Criação de suínos: segundo o coordenador do IBGE, uma das causas na redução de vendas de alimentícios pode ter sido a queda das exportações (Ronaldo Kotscho)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.
Rio de Janeiro - O abate de cabeças de bovinos e suínos caiu no primeiro trimestre deste ano em relação ao trimestre anterior (último trimestre de 2009). Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram abatidos 7,075 milhões de bovinos de janeiro a março, ou seja, 5,3% a menos do que no último trimestre de 2009. O abate de suínos sofreu queda de 1,4% no período.
A compra de leite também sofreu redução no período. No período, foram vendidos 5,2 bilhões de litros de leite, 4,8% menos do que no trimestre anterior.
Também houve queda na compra de peças de couro cru inteiro de bovinos: os 8,5 milhões de unidades vendidas representaram 4,9% menos do último trimestre de 2009 para o primeiro trimestre deste ano. A maior parte do couro veio de matadouros frigoríficos (63,1%), enquanto 26,4% foram recebidos de terceiros.
A produção de ovos de galinha e o abate de frangos mantiveram-se estáveis de um trimestre para o outro. De janeiro a março deste ano, foram abatidos 1,2 bilhão de frangos e produzidos 600,7 milhões de dúzias de ovos de galinha.
"Quando a gente observa as quedas em relação ao trimestre anterior, uma das causas pode ser a queda das exportações", afirma o coordenador da pesquisa, Otávio Oliveira.
No caso específico dos bovinos, o IBGE observou também uma redução da oferta de bois, o que teria levado os pecuaristas a abater vacas. "O abate de vacas, se ocorrer continuadamente, como aconteceu no passado, pode reduzir a capacidade de reprodução do rebanho. Mas não sei se é o caso. Pode ser apenas algo pontual [deste trimestre]. Temos que continuar acompanhando, durante o ano, para ver o que vai acontecer", disse Oliveira.
Quando comparado o primeiro trimestre deste ano com o mesmo período de 2009, aumentou o abate de bovinos (9%), suínos (6,6%) e frangos (7,3%), a produção de ovos de galinha (3,5%), a compra de leite (5,7%) e de couro cru inteiro de bovinos (10,4%).