Hidrelétrica: edital do leilão desta sexta-feira não inclui a operação do canal de navegação Pereira Barreto e das eclusas (Divulgação / AES Tietê)
Da Redação
Publicado em 28 de março de 2014 às 09h47.
São Paulo - O leilão da hidrelétrica Três Irmãos será realizado nesta sexta-feira, na primeira licitação de concessão entre aquelas que não foram renovadas dentro das regras divulgadas pelo governo em 2012.
Sete empresas mostraram interesse em realizar visita técnica na usina e seriam as potenciais interessadas em disputar a concessão da usina, atualmente operada pela Cesp, geradora de energia controlada pelo governo do Estado de São Paulo.
Essas empresas são AES Tietê, Copel, Furnas, Duke Energy International - Geração Paranapanema, Campos Novos Energia, Enerpeixe e Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia).
A Campos Novos Energia tem entre seus acionistas a CPFL Geração (48,7 por cento), do grupo CPFL, a Companhia Brasileira de Alumínio (33,1 por cento), Votorantim Metais (11,5 por cento) e CEEE-GT (6,5 por cento), segundo informações da companhia. Já a Enerpeixe é uma empresa constituída por EDP Energias do Brasil (60 por cento) e Furnas (40 por cento).
O Sindicato dos Trabalhadores Energéticos do Estado de São Paulo (Sinergia) faz manifestação do lado de fora da sede da BM&FBovespa, onde ocorrerá o leilão a partir das 10 horas, pedindo que a usina não seja licitada à iniciativa privada.
Trabalhadores temem demissões e aumento da terceirização com a troca do concessionário da usina.
"A alternativa seria uma federalização por meio de Furnas. Furnas é hoje a maior geradora de energia elétrica do país e é uma estatal federal", disse o diretor administrativo e financeiro do Sinergia, José Luiz Zetula, à Reuters, antes do leilão.
Segundo ele, os trabalhadores entregaram manifesto contra o leilão da usina a presidente Dilma Roussef, na terça-feira.
Representantes do Movimento dos Atingidos por Barragem também participam da manifestação em frente à BM&FBovespa.
Concessão vencida
A hidrelétrica Três Irmãos teve sua concessão vencida em novembro de 2011 e governo federal incluiu a usina nas regras para renovação das concessões do setor elétrico com redução da receita, em 2012. A Cesp, que era a concessionária da usina, não aceitou renovar a concessão de acordo com as regras apresentadas pelo governo federal, e chegou a tentar impedir a realização do certame.
O edital do leilão desta sexta-feira não inclui a operação do canal de navegação Pereira Barreto e das eclusas, os quais a Cesp considera que fazem parte da usina e devem ser operadas pelo concessionário que arrematar a hidrelétrica.
Vence o leilão o proponente que oferecer o menor valor de Custo de Gestão dos Ativos de Geração (GAG) em reais por ano para operar a hidrelétrica, ante um preço teto de 31,623 milhões de reais estabelecido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
O vencedor será remunerado por meio de Receita Anual de Geração (RAG), composta pela GAG mais encargos e tributos, pelo prazo da concessão, de 30 anos.
Localizada no rio Tietê (SP), a hidrelétrica tem capacidade instalada de 807,5 megawatts (MW) e sua primeira unidade geradora entrou em operação em 1993.
Atualizado às 9h47